INTERSETORIALIDADE NO CUIDADO E PREVENÇÃO DA HANSENÍASE NO RECIFE/PE
ELIDIANE LIRA DA SILVA ¹, ARIANE CRISTINA BEZERRA SILVA MARTINS¹, MORGANA CRISTINA LEÔNCIO DE LIMA¹, SÂMMEA GRANGEIRO BATISTA¹, ELAINE CRISTINA DOS SANTOS OLIVEIRA HOLANDA¹, ELIANE GERMANO¹, ANA SOFIA PESSOA DA COSTA CARRARINE¹, JAILSON DE BARROS CORREIA ¹, ADRIANA CARLA DE LUNA RIBEIRO¹, CRISTIANE DE ALBUQUERQUE SILVA RATIS¹, MARILURDES CANTO LOBO¹
1. SESAU - Secretaria de Saúde do Recife
ELIFISIO.LIRA@GMAIL.COM

A Hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, que demanda ações estratégicas para sua eliminação ou redução. Em 2013, o Ministério da Saúde lançou a Campanha Nacional de Hanseníase, para escolas municipais e estaduais, com alunos na faixa etária de 05 a 14 anos. O presente relato tem como objetivo descrever a estratégia de intersetorialidade utilizada durante a Campanha Nacional de Hanseníase, realizada entre os escolares no município do Recife/PE no período de 2013 a 2016. Trata-se de um relato de experiência, feito através de uma pesquisa documental, consulta a planilhas de monitoramento e a informantes-chave participantes da operacionalização desta estratégia. Inicialmente realizou-se a articulação entre as Secretárias Municipais de Saúde e de Educação para identificação das escolas participantes. Foi realizada adesão à campanha junto ao Ministério da Saúde e definida uma coordenação municipal da campanha e técnicos responsáveis pela coordenação das ações nos territórios, denominados de pontos focais. Estes identificaram unidades de saúde de referência para o desenvolvimento das atividades de educação em saúde nas escolas e busca ativa de casos novos a partir do uso da ficha de autoimagem para triagem de casos suspeitos de hanseníase entre os escolares. Estabeleceu-se o monitoramento sistemático do desenvolvimento das ações pela coordenação municipal da campanha. No período analisado, por ano, cerca de 130 escolas e 22.000 alunos participaram da campanha. Observou-se um aumento da proporção da devolução da ficha de autoimagem e triagem, entre os anos 2013 e 2016, passando de 48,9% para 82,6%, respectivamente. No período foram diagnosticados 4 casos da  doença. A realização da campanha de hanseníase no âmbito escolar é uma estratégia de detecção precoce de novos casos da doença nessa população. Integrar o setor saúde e educação potencializa as ações de enfrentamento a doença e amplia a perspectiva para o cuidado em saúde, como dever de todos. Conclui-se que a Campanha Nacional de Hanseníase nas escolas é uma estratégia de integração entre as Secretárias de Saúde e Educação, visando à prevenção e detecção de novos casos de hanseníase, fortalecendo as ações de saúde na comunidade escolar.