URBANIZAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS EM SERGIPE
CARLA VIRGINIA VIEIRA ROLLEMBERG 1, MARÍLIA MATOS BEZERRA LEMOS1, HALLEY FERRARO OLIVEIRA1
1. UNIT - Universidade Tiradentes
carlavirginia.rollemberg@gmail.com

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas é uma antropozoonose causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi . É responsável por cerca de 12.000 mortes anuais sendo a quarta causa de morte no Brasil entre as doenças infecto-parasitárias. A transmissão ocorre através de triatomíneos, cuja proximidade com o ambiente silvestre contribui para a instalação destes insetos em domicílios e propagação da doença entre humanos. A gravidade da infecção é variável, chegando a atingir altos índices de mortalidade em crianças na fase aguda, e severo acometimento cardíaco e/ou digestivo em adultos crônicos. O Objetivo é confirmar a urbanização do inseto.

METODOLÓGI A : Realizou-se um levantamento de dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do Ministério da Saúde referente ao Estado de Sergipe entre 1998 e 2013.  Incidências foram categorizadas em menores e maiores de 14 anos visto que a morbimortalidade da doença tem prognóstico ruim na infância. Dados foram tabulados no software Arcgis para geração de mapas temáticos, mostrando a distribuição das incidências por municípios do estado por ano de avaliação.

R ESULTADOS E DISCUSSÃO: A região de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga é a que abrigando a maioria das espécies de triatomíneos. Contudo, os mapas e dados estatísticos revelam aumento da incidência da doença em cidades da grande Aracaju. A incidência quadruplicou no estado de 1998 a 2013. Nos últimos oito anos, Aracaju, Socorro, Itabaianinha, Umbaúba, Poço Redondo e Itabaiana foram os municípios sergipanos que apresentaram maior incidência. Dos 75 municípios pertencentes ao estado, apenas 16 não são considerados endêmicos. A urbanização da patologia também pode ser avaliada visto que de 1998 a 2013 foram evidenciados casos novos nos 10 municípios mais populosos de Sergipe. Destaca-se a incidência de 42 novos casos em 2013 em Aracaju, capital do estado; 21 casos em Nossa Senhora do Socorro, município que compõe a grande Aracaju; 12 casos em Estância e 53 em Itabaianinha. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos no estudo confirmam que a doença pode estar sendo subnotificada e que transmissão vetorial não está interrompida, demonstrando a necessidade de mudanças nas políticas de prevenção e controle da doença. A proximidade entre as habitações e focos naturais favorecem a manutenção do ciclo de vida do hemíptero e proximidade com humanos, principalmente em crianças.



Palavras-chaves:  DOENÇA DE CHAGAS, EPIDEMIOLOGIA, DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL