FATORES PREDITIVOS DA INFECÇÃO POR ESQUISTOSSOMOSE EM SERGIPE
CARLA VIRGINIA VIEIRA ROLLEMBERG 1, MARÍLIA MATOS BEZERRA LEMOS1, HALLEY FERRARO OLIVEIRA1
1. UNIT - Universidade Tiradentes
carlavirginia.rollemberg@gmail.com

INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença de caráter multifatorial comum na Ásia, África e Américas e endêmica no Brasil, particularmente no estado de Sergipe. A capacidade de prever sua distribuição terá implicações importantes para a concepção dos programas de controle. OBJETIVOS: - avaliar associação entre variáveis socioeconômicas e ambientais e a distribuição espacial dos casos de S. mansoni em Sergipe. MÉTODOS: Realizou-se estudo ecológico de séries temporais a partir da base de dados do: Sistema de Informações do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), do período de 2010-2015; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2014); Secretária de Planejamento do Estado de Sergipe (SEPLAN, 2016). Foram analisadas a frequência e distribuição das infecções por S. mansoni utilizando o software Excel 2013, e o SPSS (versão 23 -IBM) para o teste de Mann -Whitney, para associação entre áreas de prevalência >15% e variáveis sociodemográficas (IDHM, renda, nível educacional) e ambientais (Índice de adequabilidade ambiental) do estado. No software ArcGis 10.2.1, a partir de técnicas de espacialização e interpolação (Inverso da Distância Ponderada - IDW), realizou-se distribuição espacial e identificação dos locais de maior adensamento dos casos. RESULTADOS: Na análise temporal, em média 47% dos municípios sergipanos enviaram dados para o PCE, estando todos positivos. No período em estudo, foram realizados 407.441 exames coproscópicos, (Kato-Katz) com prevalência de 32.306 (7,9%). Destacam-se as elevadas médias de positividade registradas em Pacatuba (26,2%), São Cristóvão (24,1%); Santa Rosa de Lima (23,6%) e Ilha das Flores (21,58%). O teste de Mann-Whitney conferiu associação (p<0,05; IC >95%) entre áreas de prevalências >15% e porcentagem de água e esgotamento inadequados (p=0,0009); IDH Municipal baixo (p=0,0019); renda (p=0,0018) e nível educacional (p=0,00009). CONCLUSÕES: A associação entre a infecção por S. mansoni e dados socioeconômicos e educacionais ressalta a importância de maior controle dos fatores de risco e, sobretudo, a necessidade de campanhas de educação e saúde.



Palavras-chaves:  esquistossomose, EPIDEMIOLOGIA, DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL