INFECÇÃO POR ESQUISTOSSOMOSE EM SERGIPE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA NAS ÚLTIMAS 30 DÉCADAS
CARLA VIRGINIA VIEIRA ROLLEMBERG 1, KAROLINNE PALACIN MORAES DA SILVA1, HALLEY FERRARO OLIVEIRA1
1. UNIT - Universidade Tiradentes
carlavirginia.rollemberg@gmail.com

Estima-se que quase 6 milhões de pessoas em todo o mundo estejam infectadas por Schistossoma mansoni . A prevalência é grande em estados do nordeste, em especial, no estado de Sergipe e aumenta com a idade, atingindo maior valor expressivo aos 10 a 20 anos. A avaliação através de métodos quantitativos que determinam a intensidade da infecção aponta que cargas mais intensas de vermes são identificadas em faixas etárias menores, possuindo um risco maior de sequelas agudas e crônicas. Esta revisão tem como objetivo delinear predisposição à esquistossomsoe com a finalidade de ser uma atualização da situação epidemiológica da doençaem Sergipe. Assim, neste estudo, um revisão sistemática da literatura foi realizada nas bases MEDLINE e Pubmed para os idiomas inglês e português, de base humana. Artigos investigando a predisposição a infecções por estes trematodos em Sergipe, publicados de janeiro de 1980 até abril de 2018. Descritores para prevalência de esquistossomose e os testes estatísticos usados ​​para determinar sua presença foram sumarizados. Termos de pesquisa foram (esquistossomose OR Schistosoma AND SERGIPE). Os artigos incluídos foram analisados ​​em detalhe, mas com dois critério de inclusão. Em primeiro lugar, o texto completo tinha de ser disponível. Em segundo lugar, nos estudos tinha que ter pelo menos 10 pessoas para permitir poder suficiente em qualquer análise estatística realizada. No total, 19 artigos foram identificados, resumindo os resultados de 09 estudos. Evidência de alta prevalência à infecção por Schistossoma foi identificada. Em crianças encontraram maior predisposição que adultos. Quanto ao gênero, mulheres estavam menos vulneráveis ou tinham risco equiparado à infecção que os homens. Quanto aos fatores de risco, falta de saneamento e contato com águas naturais foram os que mais se repetiram. Fatores ambientais influenciam de forma marcante no estabelecimento da doença, devido às características do ciclo evolutivo do parasito que requer a eliminação de ovos das fezes no meio ambiente, isto explica em parte, as baixas prevalências no Centro-Sul e Médio Sertão Sergipano, regiões de clima semiárido no estado. O controle da transmissão vai além do diagnóstico e tratamento, é preciso instalação de água e esgoto nas casas, mudanças no meio ambiente, educação sanitária continuada, combate aos caramujos. Portanto, esta revisão encontrou evidências consistentes de vulnerabilidade às infecções por esquistossomose no estado de Sergipe.



Palavras-chaves:  esquistossomose, revisão sistemática, epidemiologia