FAUNA FLEBOTOMÍNICA (Diptera: Psychodidae) NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE ÁGUA CLARA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL |
Na fauna de flebotomíneos do Estado de Mato Grosso do Sul (MS) já foram reportadas 61 espécies, mesmo assim, há necessidade de mais estudos e monitoramento. A espécie Lutzomyia longipalpis , com ampla distribuição no Brasil, é considerada o principal vetor da Leishmania infantum , agente etiológico da leishmaniose visceral (LV). Em MS esta espécie foi identificada em 40 municípios, enquanto Lutzomyia cruzi , espécie envolvida na veiculação de L . infantum em alguns municípios do MS, foi registrada em nove municípios. O objetivo deste estudo foi realizar análise faunística de flebotomíneos capturados na área urbana do município de Água Clara/MS, visando monitoramento e uma melhor compreensão da ecologia desses insetos. As armadilhas tipo CDC foram colocadas das 16h às 7h, uma vez ao mês, durante três noites consecutivas, no período de maio/2005 a abril/2007, no intradomicílio e peridomicílio, em quatro residências. Foram capturados 3.418 flebotomíneos pertencentes a 11 espécies. A média de machos capturados por mês foi de 115,08 com desvio padrão de 105,97; número significativamente maior (Z = 3,03; p<0,003), do que o número médio mensal de fêmeas 27,33 com desvio padrão 28,28. Através da análise faunística verificou-se a dominância de Lu. longipalpis (99,4%), classificada também como muito abundante (ma), muito frequente (mf) e constante (w). A abundância relativa mensal de Lu. longipalpis foi maior nos meses de maio e setembro/2005, e março e agosto/2006. O índice médio de armadilhas positivas da espécie Lu. longipalpis foi maior no peridomicílio, com exceção dos meses de julho e novembro/2005, porém, destaca-se que esta diferença não foi estatisticamente significativa (z = 1,13; p>0,20). O elevado índice de Lu. longipalpis na região urbana de Água Clara mostra a urgência na tomada de decisões que evitem o surgimento de casos futuros de LV. |