FAUNA FLEBOTOMÍNICA (Diptera: Psychodidae) NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE ÁGUA CLARA, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
PAULO SILVA ALMEIDA1, DIOELEN VIRGÍNIA BORGES SOUZA DE AQUINO COELHO1, ROSILENE FRANCISCA MOREIRA1, ODIVAL FACCENDA1, GUSTAVO MAYR DE LIMA CARVALHO1, JOSÉ DILERMANDO ANDRADE FILHO1, MANOEL SEBASTIÃO DA COSTA LIMA JUNIOR1, HERINTHA COETO NEITZKE-ABREU 1
1. NRSDDOS-SESMS - Núcleo Regional de Saúde de Dourados - Secretaria de Estado da Saúde do Mato Grosso do Sul , 2. UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados, 3. FIOCRUZ - MG - Centro de Pesquisas René Rachou, 4. FIOCRUZ - PE - Instituto Aggeu Magalhães
HERINTHA@YAHOO.COM.BR

Na fauna de flebotomíneos do Estado de Mato Grosso do Sul (MS) já foram reportadas 61 espécies, mesmo assim, há necessidade de mais estudos e monitoramento. A espécie Lutzomyia longipalpis , com ampla distribuição no Brasil, é considerada o principal vetor da Leishmania infantum , agente etiológico da leishmaniose visceral (LV). Em MS esta espécie foi identificada em 40 municípios, enquanto Lutzomyia cruzi , espécie envolvida na veiculação de L . infantum em alguns municípios do MS, foi registrada em nove municípios. O objetivo deste estudo foi realizar análise faunística de flebotomíneos capturados na área urbana do município de Água Clara/MS, visando monitoramento e uma melhor compreensão da ecologia desses insetos. As armadilhas tipo CDC foram colocadas das 16h às 7h, uma vez ao mês, durante três noites consecutivas, no período de maio/2005 a abril/2007, no intradomicílio e peridomicílio, em quatro residências. Foram capturados 3.418 flebotomíneos pertencentes a 11 espécies. A média de machos capturados por mês foi de 115,08 com desvio padrão de 105,97; número significativamente maior (Z = 3,03; p<0,003), do que o número médio mensal de fêmeas 27,33 com desvio padrão 28,28. Através da análise faunística verificou-se a dominância de Lu. longipalpis (99,4%), classificada também como muito abundante (ma), muito frequente (mf) e constante (w). A abundância relativa mensal de Lu. longipalpis foi maior nos meses de maio e setembro/2005, e março e agosto/2006. O índice médio de armadilhas positivas da espécie Lu. longipalpis foi maior no peridomicílio, com exceção dos meses de julho e novembro/2005, porém, destaca-se que esta diferença não foi estatisticamente significativa (z = 1,13; p>0,20). O elevado índice de Lu. longipalpis na região urbana de Água Clara mostra a urgência na tomada de decisões que evitem o surgimento de casos futuros de LV.



Palavras-chaves:  Lutzomyia longipalpis, Leishmanioses, Análise faunística