AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA, TOLERABILIDADE E SEGURANÇA DAS DIFERENTES FORMULAÇÕES DE ANFOTERICINA B ADMINISTRADAS EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM INFECÇÃO FÚNGICA INVASIVA
FRANCELISE BRIDI CAVASSIN1, MARIA ADELAIDE MILLINGTON1, SINAIDA TEIXEIRA MARTINS1, ZÊNIA MONTEIRO GUEDES1, FLÁVIO DE QUEIROZ TELLES FILHO1
1. UFPR - Universidade Federal do Paraná, 2. MS - MINISTÉRIO DA SAÚDE
fran_cavassin@yahoo.com.br

Infecções fúngicas invasivas (IFIs) são de importância e interesse global. Pacientes com IFI grave são normalmente diagnosticados em hospitais públicos terciários e podem representar um desafio terapêutico para o sistema de saúde em países em desenvolvimento. Estima-se que, no mundo, mais de um bilhão de pessoas sofrem de uma infecção fúngica. No Brasil, a notificação de IFIs endêmicas ou oportunistas pode ser subestimada, embora o Ministério da Saúde (MS) receba notificação de IFIs em pacientes internados. Nos últimos cinco anos a taxa de mortalidade no país foi de 11% (aproximadamente 1,5 mil óbitos em 14 mil casos de internação).  As principais IFIs notificadas foram: Candidíase (23%), Zigomicose (15%), Aspergilose e Coccidioidomicose (13%), Paracoccidioidomicose (11%) e Criptococose (9%), dentre outras.  Apesar de subdiagnosticadas e apresentarem elevada morbidade e mortalidade, o arsenal terapêutico antifúngico disponível na maioria dos hospitais públicos brasileiros é limitado, principalmente pelo custo elevado da maioria dos antifúngicos sistêmicos, com exceção da anfotericina B- desoxicolato (D-ANFOB) que, apesar de sua eficácia na maioria das micoses endêmicas, apresenta significativa toxicidade.  Pacientes com IFIs internados em hospitais da rede SUS recebem do MS o complexo lipídico de anfotericina B (ABLC), uma opção mais segura que D-ANFOB. Só em 2017, mais de 25 mil frascos foram dispensados em todo o país. Apesar do uso frequente de ABLC, faltam dados de sua eficácia, tolerabilidade e segurança, quando comparados a outras formulações utilizadas no Brasil como D-ANFOB e anfotericina B-lipossomal (L-ANFOB). Este é um estudo de coorte multicêntrico, retro e prospectivo, em fase de desenvolvimento, que está sendo realizado em um hospital público terciário no estado do Paraná. Através desse estudo será cabível a disponibilização de novas informações acerca dos benefícios terapêuticos de ABLC, possibilitando maior segurança durante o tratamento de pacientes hospitalizados diagnosticados com IFIs. Além disso, o levantamento dos dados obtidos dentre esses compostos permitirá avaliar de forma importante consequências significativas do ponto de vista de desfechos clínicos e custos hospitalares.



Palavras-chaves:  Anfotericina B, Estudo multicêntrico, Infecções fúngicas