LEVANTAMENTO RÁPIDO DO ÍNDICE DE INFESTAÇÃO POR Aedes aegypti (LIRAa): ANÁLISE DO ÍNDICE DE INFESTAÇÃO PREDIAL (IIP) DO MUNICÍPIO DE CAMARAGIBE, NO PERÍODO DE 2014 A 2017.
TARSILA KARLA SANTANA DE MIRANDA 1, DANIEL FRIGUGLIETTI BRANDESPIM1, FILIPE SOBRAL FONSÊCA1, PRISCILA ROCHA DUQUE1, RUTE GREGÓRIO OLIVEIRA1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UPE - Universidade de Pernambuco
tarsimiranda@hotmail.com

As arboviroses, causadas por arbovírus, são doenças transmitidas pela saliva contaminada de artrópodes hematófagos durante o repasto sanguíneo. No Brasil, os mosquitos do gênero Aedes são os principais transmissores da Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela em áreas urbanas e peri-urbanas. O Aedes aegypti prolifera-se em áreas urbanas e o A. albopictus em ambientes rurais e silvestres, em locais com água parada, criadouros ideais para postura de ovos do mosquito, sendo o crescimento populacional, deficiência no saneamento básico e alta incidência pluviométrica fatores que favorecem a ocorrência dos vetores. O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) pode ser utilizado para avaliação dos resultados das medidas de controle e compreende o mapeamento rápido dos Índices de infestação Predial (IIP) e de Breteau (IB). Este estudo objetivou descrever e analisar a evolução do Índice de Infestação Predial de Aedes aegypti dos cinco estratos em que é dividido o município de Camaragibe, Pernambuco, entre o período de 2014 a 2017. Realizou-se uma análise comparativa, por estrato, do banco de dados do levantamento anual do IIP de mosquitos Aedes aegypti, disponível no setor de vigilância ambiental da Secretaria de Saúde do município de Camaragibe. Observou-se que o estrato quatro foi o que mais apresentou infestação por mosquito de 2014 a 2017, com 8,8%. O estrato três apresentou um crescimento contínuo do IIP, passando de 7,5% em 2014 a 10,1% em 2017, diferente dos demais estratos, nos quais os índices variaram inconstantes. Verificou-se ainda que 2017 foi o ano de maior IIP, com 8,8%, o que pode estar relacionado à mudança de gestão política e, consequentemente, de estrutura e equipe de trabalho. Esses dados revelam a necessidade de uma reflexão aprofundada da situação pelos gestores da vigilância em saúde, no intuito de detectar e implantar soluções para as fragilidades observadas, que resultam em índices acima de 4%, havendo risco de surto de dengue, uma vez que o recomendado pelo Ministério da Saúde é abaixo de 1%. Com tais ajustes nas fragilidades será possível direcionar equipes aos bairros, que compõem os respectivos estratos, além do desenvolvimento de ações que persuadam os munícipes a eliminarem os reservatórios de água que constituem focos do mosquito, assim como capacitações e incentivos aos profissionais da saúde, principalmente os Agentes de Combate às Endemias (ACE’s), que lidam diretamente com o controle das arboviroses.



Palavras-chaves:  educação em saúde, mosquito da dengue, reservatórios