ATIVIDADE IN VITRO E IN SILICO DE UM NOVO INIBIDOR NA INIBIÇÃO DO EFLUXO EM Mycobacterium abscessus |
Introdução: As infecções com o Mycobacterium abscessus, são um desafio na prática clínica tanto pela dificuldade de estabelecer um diagnóstico preciso como pelo fato desta micobactéria ser altamente resistente aos antimicrobianos. O efluxo é um mecanismo importante relacionado a resistência bacteriana, e a introdução de um inibidor de efluxo (IE) na terapia pode ser uma alternativa promissora para potencializar a atividade antimicrobiana. Objetivo: Avaliar um derivado de tetrahidropiridina (THP-NUNM1) como inibidor de efluxo. Desenho do estudo: Foi determinada a concentração inibitória mínima (CIM), realizados ensaios fluorométricos, e simulações in silico para avaliar THP-NUNM1 frente a cepa padrão M . abscessus subsp. abscessus (ATCC 19977). Métodos: Foi determinada a CIM de amicacina (AMI), claritromicina (CLA), ciprofloxacino (CIP), verapamil (VP), carbonil cianeto m-clorofenil hidrazona (CCCP) e THP-NUNM1. O fator de modulação (FM) do IE foi calculado a partir da CIM de AMI, CLA e CIP na presença e ausência de concentração subinibitória (½ da CIM) dos IE clássicos, VP e CCCP, e também de THP-NUNM1. O FM reflete a redução dos valores de CIM dos antimicrobianos na presença do IE, sendo considerado significativo quando FM ≥ 4. Além disso, para detectar e quantificar a atividade de efluxo, avaliou-se a cinética de acúmulo intracelular do substrato fluorimétrico brometo de etídio (BrEt). Adicionalmente, simulações em modelagem molecular para as proteínas MmpL5 e Tap do M. abscessus subsp. abscessus frente aos ligantes (VP, CCCP e THP-NUNM1) foram realizadas para uma melhor compreensão do mecanismo de efluxo. Resultados: A CIM de AMI e CLA foi reduzida em quatro vezes na presença de VP e CCCP (FM = 4), respectivamente. No entanto, na presença de THP-NUNM1, a CIM de todos os antimicrobianos testados, AMI, CIP e CLA foram reduzidas em 4, 4 e 16 vezes, respectivamente. Além disso, THP-NUNM1 apresentou um maior efeito na acumulação do BrEt (FFR = 3,1), do que os IE clássicos; e as simulações computacionais mostraram que a THP-NUNM1 tem grande afinidade pelas proteínas avaliadas. Discussão: De acordo com os resultados obtidos, THP-NUNM1 apresentou os melhores resultados, quando comparado aos IE clássicos, tanto in vitro (maior FFR) quanto in silico (maior energia de ligação) . Conclusão : As análises in vitro e in silico permitem inferir que THP-NUNM1 é potencial candidato para o desenvolvimento de um adjuvante no tratamento de infecções por M. abscessus . |