ESTUDO DE DEGRADAÇÃO FORÇADA E DESENVOLVIMENTO DE MÉTODO ANALÍTICO INDICATIVO DE ESTABILIDADE DE BENZNIDAZOL 12,5 mg COMPRIMIDO PEDIÁTRICO
RIBEIRO JOÃO VICTOR1, JÚNIOR SEVERINO GRANGEIRO1, DOS SANTOS BRUNO AIRES1, DEBORAH BEZERRA MONTEIRO DEBORAH MONTEIRO 1, JADON JORGE OLIVEIRA DA SILVA JADON SILVA1, AÍLA KARLA MOTA SANTANA 1
1. LAFEPE - Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes
ailakarla@yahoo.com.br

A doença de Chagas é classificada como uma doença negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo considerada endêmica nos países do continente americano, incluindo o Brasil. Quanto ao seu tratamento, o benznidazol é o principal fármaco indicado pelo Ministério da Saúde. O Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes (LAFEPE) é o único produtor do medicamento no país. Com a finalidade de obter uma metodologia específica e seletiva para detectar e quantificar o benznidazol e suas substâncias relacionadas, atendendo as especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi desenvolvida metodologia indicativa de estabilidade utilizando cromatógrafo líquido de alta eficiência (CLAE) para comprimidos de benznidazol 12,5 mg, realizando estudo de degradação forçada, conforme resolução específica. As condições de degradação foram: ácida (ácido clorídrico 5,0 Mol•L-1); básica (hidróxido de sódio 0,05 Mol•L-1); neutra (água); oxidativa (peróxido de hidrogênio 0,38 Mol•L-1); metálica (sulfato de cobre 0,01 Mol•L-1), térmica (calor seco a 60 ± 1ºC) e fotoestabilidade (luz de intensidade de 1,2 x 106 lux•h-1, integrados a uma energia de ultravioleta de aproximadamente 200 W•h•m-2). Foi utilizada coluna C18; 250 x 4,6; 5µm em CLAE acoplado a detector de arranjo de fotodiodo com comprimento de onda 210 nm e fase móvel tampão fosfato de potássio monobásico: acetonitrila (4 : 1) pH 2,7; fluxo de 1,0 ml/ minuto e temperatura do forno fixada em 25ºC. Nas condições de degradação neutra e metálica não houve diminuição do teor do benznidazol, aparecendo apenas dois picos que podem corresponder a produtos de degradação, embora com teores praticamente desprezíveis. Já na degradação ácida, foram cinco os picos que despontaram no último tempo de análise e o fármaco apresentou decréscimo na sua concentração de 20%. A degradação oxidativa obteve a mesma quantidade de picos que podem corresponder a produtos de degradação que apareceram na degradação ácida, contudo, com uma degradação menor (10%). Na degradação alcalina evidenciou-se a maior diminuição no teor do fármaco, pois o benznidazol se degradou totalmente nos tempos iniciais do estudo, gerando uma quantidade maior de degradados. Na condição térmica e fotoestabilidade, o fármaco se manteve estável durante todo o estudo. Em todas as corridas analíticas verificou-se que a pureza do pico do benznidazol atende às especificações, comprovando a especificidade do método.

Palavras-chaves:  Benznidazol, Degradação, Estabilidade