Análise Geoestatística do comportamento espacial da Tuberculose no município do Rio Grande (RS): período de 2010 à 2016.
CAROLINA LARROSA DE OLIVEIRA CLARO 1,2, PEDRO EDUARDO ALMEIDA DA SILVA1,2, ANDREA VON GROLL1,2, SAMUEL DE CARVALHO DUMITH1,2, LUMA COSTA DA SILVA OLIVEIRA1,2, SHIRLEI LOPES CARDONE1,2
1. FURG - Universidade Federal do Rio Grande, 2. IFRS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Rio Grande, 3. PMRG - Prefeitura Municipal do Rio Grande
carol.larrosa@riogrande.ifrs.edu.br

O município do Rio Grande situado no extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul, apresenta alta incidência de casos e abandono de tratamento de tuberculose (TB), além de significativo registro de co-infecção TB-HIV (33% do total de casos de TB notificados). Na expectativa de aprofundar o conhecimento sobre a forma que este processo ocorre espacialmente, e buscando associar elementos ambientais a estes registros, foram georreferenciados os casos de TB registrados no SINAN de 2010 à 2016 no município do Rio Grande. As informações foram categorizadas por bairros, e apresentadas de forma que não houvesse a possibilidade de identificação do paciente. Esse estudo foi realizado com auxílio dos softwares Google Earth e ArcGis. Foram associadas às ocorrências aspectos ambientais que pudessem ter relação com a incidência de TB (como renda, acesso às unidades básicas de saúde e unidades básicas de saúde da família), além de elementos constantes nos registros do SINAN (como idade, tipo de entrada, co-infecção HIV e tipo de TB). Foram identificados bairros com maior número de casos, maior prevalência, associação das ocorrências com proximidade às unidades básicas de saúde, dentre outros aspectos relacionados. As análises foram realizadas com uso de técnicas geoestatísticas como mapas de densidade utilizando a técnica de Kernel e álgebra de mapas para representar a diferença ocorrida entre os diferentes anos da análise. Constatou-se que o bairro A, ao longo dos anos, manteve o registro do maior número de casos de TB (apesar de não ser o bairro com maior prevalência em todos os anos no período analisado). Observou-se uma relação direta da renda familiar com a ocorrência da TB (bairros com maiores ocorrências apresentam menor renda familiar), porém quando analisa-se a prevalência essa associação não se deu de forma direta (em alguns anos, bairros de maior prevalência não apresentaram menor renda). Com relação à proximidade com as unidades básicas de saúde constatou-se que cerca de 90% dos pacientes têm acesso a este serviço a 1,5km ou menos de sua residência. Foi também constatada uma relação espacial direta do tipo de entrada “reingresso após abandono” com a proximidade às unidades básicas de saúde da família. Os resultados dos mapeamentos realizados são apresentados anualmente para representantes da Secretaria de Município da Saúde como forma de auxiliar na elaboração e aprimoramento de políticas públicas voltadas para os pacientes com TB.



Palavras-chaves:  Análise espacial, Geoestatística, Tuberculose