Utilização da escala WHODAS 2.0 para avaliação de incapacidade funcional em pessoas atingidas pela Hanseníase
STEPHANIE STEREMBERG PIRES D'AZEVEDO 2,3, DANIELLE CHRISTINE MOURA DOS SANTOS2,3, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO2,3, MARIA GEÓRGIA TORRES ALVES2,3, NIEDJA MADELON NASCIMENTO SOUZA2,3, MARIELLE DE LIMA BELMONTE2,3
1. FENSG - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, 2. UPE - Universidade de Pernambuco, 3. UEPB - Universidade Estadual da Paraíba
stephanie-steremberg@hotmail.com

A hanseníase constitui-se uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, curável, de caráter crônico, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae. Sua morbidade está relacionada ao seu elevado poder incapacitante, que na maioria das vezes geram incapacidades físicas e funcionais irreversíveis, prejuízo da qualidade de vida e limitação de atividades de vida diária. Avaliar o estado funcional dos indivíduos e suas limitações proporciona a identificação de determinantes para o planejamento de metas, avaliação e monitoramento. O objetivo deste estudo foi analisar a utilização da escala de Avaliação de Saúde e Deficiência (WHODAS 2.0) para avaliação da incapacidade funcional em pacientes com hanseníase participantes de um grupo de apoio ao autocuidado da região metropolitana do Recife. Tratou-se de um estudo descritivo. A WHODAS 2.0 foi desenvolvida para interligar-se aos componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) e avalia seis domínios de vida, fornecendo perfil confiável e extensivo de maneira transcultural. O instrumento foi aplicado antes das reuniões de grupo, em ambiente calmo e reservado em uma unidade de saúde, com quatorze pacientes, entre os meses de janeiro e junho de 2018. Em relação aos domínios avaliados na população do estudo, foi verificado os seguintes resultados: 50% para o domínio cognição, 61% para mobilidade, 48% referente ao autocuidado, 39% no domínio relacionado a convivência com as pessoas, 48% em relação a atividades de vida e 66% no que tange a participação na sociedade, com uma avaliação funcional global de 52%. O instrumento possui 36 itens, porém é dividida por sessões, facilitando o preenchimento. É rápida e prática, com tempo de realização entre 5 a 12 minutos. Como dificuldades em relação à aplicabilidade, observou-se a falta de compreensão dos participantes sobre as respostas da escala tipo linkert e questões de difícil compreensão para nossa população, que possuía baixa escolaridade, renda e faixa etária maior de 60 anos. Percebeu-se que durante o processo de pesquisa, a grande demanda de trabalho sobre a funcionalidade e o quão importante se faz conhecê-la, pois a maior parte do tempo as intervenções concentravam-se nos aspectos relacionados ao diagnóstico e tratamento. A WHODAS 2.0 demonstrou-se eficaz e pode auxiliar os profissionais no processo de planejamento, monitoramento e mensuração da dimensão dos problemas e domínios afetados.

Palavras-chaves:  Autocuidado , Hanseníase, Incapacidade funcional