MODIFICAÇÃO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL INICIAL POR EVENTOS ADVERSOS EM PACIENTES COM HIV/AIDS
LARISSA NEGROMONTE AZEVEDO1, POLYANA MONTEIRO D’ ALBUQUERQUE1, DEMÓCRITO DE BARROS MIRANDA FILHO1
1. UPE - Universidade de Pernambuco
larissanegromonte@hotmail.com

A terapia antirretroviral (TARV) modificou o desfecho clínico dos pacientes com infecção pelo HIV, propiciando controle virológico e redução de mortalidade. No entanto, a ocorrência dos eventos adversos é um dos principais motivos relacionados à interrupção da TARV. O objetivo deste estudo foi descrever a frequência da modificação da TARV inicial por eventos adversos ao longo do primeiro ano de tratamento, assim como a ocorrência e os tipos de eventos adversos e identificar os fatores associados à modificação da TARV por eventos adversos. Trata-se de um caso-controle, realizado em dois hospitais de referência de Recife-PE, com portadores de HIV/AIDS maiores de 18 anos de idade, no primeiro ano de TARV entre 2011 e 2014, e que iniciaram um dos esquemas recomendados pelo Ministério da Saúde. Identificamos que 25,7% das modificações da TARV ocorridas no período foram devido aos eventos adversos. O tempo mediano entre o início da TARV e a primeira modificação por evento adverso foi 70,5 dias (IC 95%: 26-161 dias). Os principais eventos adversos foram dermatológicos, neuropsiquiátricos e gastrointestinais. Os eventos dermatológicos foram os mais precoces. O Efavirenz foi a droga mais prescrita e a mais modificada no período de estudo. Na análise multivariada, encontramos associação entre o uso do esquema antirretroviral com a Zidovudina (OR: 2,16 IC 95%: 1,28-3,65) e a modificação da TARV por eventos adversos. Apesar da inclusão de novos antirretrovirais no tratamento inicial dos pacientes com HIV/AIDS, como o Dolutegravir, o Efavirenz continua sendo uma opção terapêutica para os pacientes com contraindicação ao uso do Dolutegravir, assim como a Zidovudina é uma opção para os pacientes que não podem fazer uso do Tenofovir ou Abacavir. Concluímos que a TARV inicial deve ser escolhida considerando as características individuais para minimizar a ocorrência de eventos adversos, favorecendo a adesão terapêutica e reduzindo a modificação dos esquemas terapêuticos.

 

 



Palavras-chaves:  Eventos adversos, HIV, Terapia antirretroviral, Efavirenz