EVOLUÇÃO DECENAL DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL |
Segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro, desde 2011 foi observado um aumento progressivo de casos de Sífilis em adultos, caracterizando uma epidemia. Em 2015 foram notificados mais de 65 mil casos em adultos. A Sífilis é uma doença sexualmente transmissível com capacidade de causar doença congênita, inclusive, levando ao abortamento e natimortos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os dados referentes as notificações de sífilis congênita nos últimos 10 anos (2007-2017), no estado da Bahia. Os dados coletados foram provenientes do DATASUS, tendo como base o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) referente à Sífilis Congênita. Através de um estudo ecológico, avaliou-se: o período do diagnóstico, o número de casos, a realização ou não de pré-natal e a letalidade da doença. Observou-se um aumento significante do número de casos de Sífilis congênita, com clímax nos anos de 2015 e 2016, em acordo com a epidemia vigente no Brasil. Verifica-se também um esforço para diagnosticar, mostrado pelo aumento do acompanhamento pré-natal, chegando a 79,7% em 2017 contra 64,6% em 2007. Isto também é visto pela queda progressiva do número de gestantes que não realizaram pré-natal, sendo 23% em 2007 e 11% em 2017. Uma porcentagem média de 30% de Sífilis congênita só foi diagnosticada durante o parto e/ou curetagem. Apesar do aumento do número de casos de Sífilis congênita, a letalidade caiu drasticamente a partir de 2009, mantendo-se sempre abaixo de 3%. Isto ocorre, provavelmente, pela terapia eficaz com Penicilina e sua instituição mais precoce. No entanto, mais estudos serão necessários para comprovar essa relação. |