AVALIAÇÃO DE ISCAS TÓXICAS DE CARBOIDRATOS COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR PARA O CONTROLE DE Aedes aegypti. |
No Brasil, o mosquito Aedes aegypti está implicado na transmissão de arboviroses, como dengue, ckikungunya e zika. O controle do mosquito nos últimos 20 anos tem sido predominantemente feito através da aplicação de inseticidas químicos, para eliminação das formas jovens, em criadouros aquáticos do mosquito. A efetividade dos adulticidas aplicados de forma perifocal ou em ultra baixo volume (UBV) tem sido questionável, sobretudo pela existência de populações-alvo resistentes a alguns destes compostos. Neste contexto, o presente estudo se propôs a avaliar o potencial das iscas tóxicas de açúcar (ITA) para controle das formas adultas de Ae. aegypti . As iscas foram preparadas com soluções de sacarose a 10% tratadas com Ivermectina (0,05%) (ITA Iverm ) ou ácido bórico (4%) (ITA Acb ). Chumaços de algodão foram embebidos com as soluções toxicas e disponibilizados, separadamente, para grupos de 30 fêmeas e 20 machos do mosquito, recém emergidos, ou para fêmeas alimentadas com sangue, por um período de até 96h. Os resultados revelaram que 94% dos mosquitos expostos a ITA Iverm morreram nas primeiras 24 horas e 100% deles em até 48h. Para a ITA Acb a letalidade se deu de forma mais lenta, haja vista que apenas 47% dos adultos morreram em 24h, 87% em 48h e 100% em 72h. De um modo geral, ambas as soluções eliminaram todas as fêmeas e machos de Ae. aegypti , em no maximo três dias após sua ingestão. Estes são os primeiros registros da eficiência de ITAs tratadas com os dois compostos para adultos de Ae. aegypti no Brasil, cuja avaliação para o controle populacional da espécie em campo está em curso, em uma área urbana do Recife/PE. A confirmação da efetividade desta abordagem para o controle complementar de Ae. aegypti poderá trazer um enorme significado na epidemiologia das arboviroses anteriormente referidas. |