ATUAÇÃO DO PROGRAMA DE CONTROLE DA ESQUISTOSSOMOSE EM PICOS, PIAUÍ, ENTRE OS ANOS DE 2014 E 2017
ANTONIA RAFAELA VIANA DA SILVA 1, JOÃO HEMERSON DE SOUSA1, KARINA KETELEN SILVA DANTAS1, EMANUELA FEITOSA LEAL1, JOSÉ NILTON DE ARAÚJO GONÇALVES1, ANA CAROLINA LANDIM PACHECO1, MÁRCIA MARIA MENDES MARQUES DUQUE1, MARIA CAROLINA DE ABREU1, EDSON LOURENÇO DA SILVA1, TAMARIS GIMENEZ PINHEIRO1
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí, campus Senador Helvídio Nunes de Barros. * , 2. IFPI - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, campus Picos.
rafaelaviana1998@gmail.com

Na década de 80 o Brasil oficializou, junto ao Ministério da Saúde, o Programa de Controle da Esquistossomose (PCE), o qual seria responsável em adotar medidas de controle da doença em todo território nacional. A partir de julho de 1995 o sistema de controle da doença foi implantado em 17 estados brasileiros, entre eles o Piauí, onde a transmissão era considerada focal e limitada apenas ao município de Picos. Considerando o prazo estipulado pela Organização Mundial de Saúde para a erradicação da doença no mundo até o ano de 2015, o presente estudo teve como objetivo descrever a atuação do PCE na referida cidade, considerando os anos de 2014 a 2017. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com os servidores da Vigilância Sanitária e Centro de Controle de Zoonoses e por avaliação documental de relatórios e dados obtidos durante os anos mencionados. No período avaliado um total de 5.553 exames coprológicos foram realizados, dos quais apenas um foi positivo para S. mansoni . Quanto ao monitoramento dos caramujos, foram analisados 7.455 com apenas 50 sendo positivos para o trematódeo. Os resultados revelaram que houve a presença de caramujos positivos em todos os anos de estudo, mas somente em 2015, quando o número de moluscos infectados foi maior, foi registrada uma pessoa com a parasitose, a mesma teria recebido todo o tratamento necessário. Não houve registro de internações e óbitos pela doença entre os anos analisados. Quando investigada a atuação do PCE no controle da esquistossomose e sua eficácia na erradicação, os servidores relataram enfrentar problemas no saneamento domiciliar e ambiental, um dos argumentos usados para o aparecimento de gastrópodes positivos, e também a falta de um programa eficiente em educação em saúde. Além desses fatores, eles apontam uma série de problemas de infraestrutura e de recursos humanos para o desempenho das ações de maneira efetiva. Diante de toda a fragilidade na realização das atividades que compõem o PCE no local estudado, e também considerando que o estado do Piauí não aderiu à campanha de erradicação da doença no ano de 2016 pelo baixo número de casos detectados, é factível a necessidade de permanência e ampliação do PCE. Para isso, é essencial uma atenção maior para a estrutura do mesmo, maior capacitação e qualificação dos profissionais e implementação de atividades voltadas para a educação em saúde para todos os moradores e em especial os que vivem sob influência das áreas risco.



Palavras-chaves:  Doenças parasitárias, Saúde pública, Vigilância em saúde