COINFECÇÃO DE TUBERCULOSE E HIV NO PIAUÍ – BRASIL, 2001-2017
MARILENE DE SOUSA OLIVEIRA 1, DANIEL JOSIVAN DE SOUSA1, ANDREA NUNES MENDES DE BRITO1, CYNTIA REGINA LÚCIO DE SOUSA IBIAPINA1, MÁRCIO DÊNIS MEDEIROS MASCARENHAS1
1. PPGSC UFPI - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE E COMUNIDADE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
marilene9oliveira@gmail.com

  A tuberculose (TB) constitui um grave problema de saúde pública devido ao seu ressurgimento em todo o mundo. A epidemia do vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) é um dos principais fatores que contribuem para o ressurgimento daquela infecção. A taxa de mortalidade por tuberculose é superior em 2,4 a 19 vezes nos pacientes com coinfecção TB/HIV, em comparação com pacientes HIV-negativos. No Brasil, a TB é uma das cinco doenças prioritárias para controle e o risco de desenvolvê-la é de 10% ao ano para indivíduos HIV positivos, enquanto que, para HIV-negativos, esse risco é de 10% ao longo da vida. Tendo em vista a importância epidemiológica da TB e a escassez de análises recentes dos dados é essencial que o problema da tuberculose no Piauí e sua relação com o HIV seja estudado. Objetivou-se descrever os aspectos clínico-epidemiológicos dos casos de coinfecção tuberculose/HIV no Piauí. Trata-se de um estudo descritivo, utilizando dados sobre os casos de tuberculose com coinfecção com HIV/AIDS entre residentes no Piauí, registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), no período de 2001 a 2017, disponíveis no site do DATASUS. Analisaram-se as variáveis: faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade, forma clínica, forma de tratamento, taxa de coinfecção de TB/HIV, taxa de óbito e taxa de cura. Foram registrados 23.011 casos de TB no período, 921 (4,0%) casos destes contraíram o HIV, dos quais 65 evoluíram para óbito (7,0% de letalidade). Houve predomínio da faixa etária de 20 a 59 anos (55,1%), pessoas do sexo masculino (76,8%), raça parda (70,2%) Em relação a escolaridade, 22,1% possuíam o ensino fundamental completo. A proporção de coinfecção de TB/HIV variou de 2,5% em 2001 a 6,2% em 2017. A forma clínica pulmonar foi relevante (70,2%) e o tratamento supervisionado foi instituído em 44,7% dos doentes. A taxa de cura de TB foi de 51,9% e 7,8% abandonaram o tratamento. Conclui-se que a população masculina e em idade economicamente produtiva é a mais afetada pela coinfecção TB/HIV no estado do Piauí. Os dados da associação da TB/HIV reafirmam a relação da TB com a classe socioeconômica desfavorável de cor parda e baixa escolaridade. É notório a necessidade da articulação da vigilância epidemiológica, atenção básica, assistência hospitalar para fortalecer o vínculo da atenção básica com a comunidade na promoção do diagnóstico precoce da dupla infecção TB/HIV.  



Palavras-chaves:  Tuberculose, HIV, Coinfecção, Notificação de doença