EPIDEMIOLOGIA DA COQUELUCHE NO PIAUÍ – BRASIL, 2007-2017
MARILENE DE SOUSA OLIVEIRA 1, DANIEL JOSIVAN DE SOUSA1, ANDREA NUNES MENDES DE BRITO1, CYNTIA REGINA LÚCIO DE SOUSA IBIAPINA1, MÁRCIO DÊNIS MEDEIROS MASCARENHAS1
1. PPGSC UFPI - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE E COMUNIDADE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
marilene9oliveira@gmail.com

A coqueluche é um grave problema de saúde. Trata-se de um doença de notificação compulsória que pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, com maior gravidade nos menores de 1 ano de idade. No Brasil, a vacina contra DTP promoveu a redução da incidência de casos desde 1973. Porém, passaram a ocorrer surtos da doença em 2010. No Piauí a taxa de mortalidade de 64% em 1990 decresceu para 23% em 2015. O objetivo deste estudo foi analisar os aspectos sóciodemográficos e epidemiológicos da coqueluche no estado do Piauí. Trata-se de um e studo descritivo, realizado com dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – versão Net (SINAN NET) abrangendo as notificações de coqueluche em residentes no estado do Piauí de 2007 a 2017. Foram calculadas proporções das notificações segundo as variáveis faixa etária, gênero, raça, zona de residência, escolaridade, critério de confirmação, evolução do caso e cobertura vacinal da DTP e DTPa. Durante o período em estudo, foram notificados 683 casos de coqueluche no estado do Piauí, sendo que 81,5 % da Macrorregião de saúde de Floriano (onde fica a capital Teresina). Predominaram casos em menores de 1 ano (50,2%), no sexo feminino (54,1%), raça parda (65,3%) e residentes da zona urbana (87,4%). Observou-se elevado percentual de casos em investigação (84,1%), contudo, somente 8,3% foram confirmados laboratorialmente. Destaca-se a elevada frequência de cura (89,0%), com reduzido percentual de óbitos (0,43%). A macrorregional de Picos apresentou melhores coberturas vacinais (95,2%) para DPT. Quanto a vacina DPTa permanece com baixa cobertura em todas as macrorregiões, média de (15,4%). A elevada proporção de confirmação por critério clínico-epidemiológico e de casos em investigação evidencia a carência de suporte laboratorial para realizar cultura para Bordetella pertussis e técnica PCR . A baixa cobertura vacinal de DTPa em gestantes e não homogeneidade de cobertura para DTP em crianças corrobora para ocorrência de surtos. Concluiu-se que a população mais afetada por coqueluche no Piauí correspondeu aos menores de 1 ano. Evidenciou-se baixa cobertura de DPTa e elevada frequência de casos sem investigação concluída. É necessário melhorar imunização e vigilância dos casos, encerrando os casos em tempo oportuno e por critério laboratorial.



Palavras-chaves:  Coqueluche, Epidemiologia, Notificação de doenças