MORTE SÚBITA EM ÁREA ENDÊMICA DE DOENÇA DE CHAGAS. DADOS PRELIMINARES |
Morte súbita na doença de Chagas é relatada desde os primórdios da descoberta e seu conceito continua amplo, consistindo em morte instantânea ou em até 24 horas. O motivo desse relato é prestar informes preliminares sobre esse tipo de morte no município de Mambaí GO, área endêmica de doença de Chagas. Atuando no projeto Mambaí desde 1975, e visitando a população várias vezes ao ano, durante mais de 40 anos, arquivamos informações clinicas, sorológicas, eletrocardiográficas e radiológicas e coligimos informações sobre morte súbita, dos parentes, amigos e vizinhos da vítima. A população do município em 1975 era 4.280 indivíduos, foi realizada a sorologia para doença de Chagas em 2.820 e 971 (34,4%) foram soropositivos, pelos métodos de fixação do complemento, hemaglutinação indireta e imunofluorescência indireta, em dois laboratórios. Foram registrados dados preliminares sobre morte súbita de 85 pessoas, 56 do sexo masculino e 29 do sexo feminino. Setenta e quatro pessoas eram soropositivas assim distribuídas: nove com 3 sorologias, duas com 4, onze com 5 e 52 com 6 sorologias positivas. Onze pessoas tiveram sorologias negativas, uma pessoa com 3, uma outra com 5, e nove com seis sorologias negativas. A idade de 67 pacientes à época do óbito variou de 19 a 82 anos. Quatro foram a óbito com idade de 19 a 29 anos, 12 com 30 a 39, nove com 40 a 49, 16 com 50 a 59, 21 com 60 a 69 e cinco com 70 a 82 anos. Não sabemos a idade de 18 pacientes à época do óbito. Os óbitos ocorreram entre 1975 e 2017, mas somente de 73 pacientes sabemos o ano da ocorrência. De 1975 a 1979 houve nove óbitos, de 1980 a 1989 trinta e nove, de 1990 a 1999 houve seis, de 2000 a 2009 oito e de 2010 a 2017 houve 11 óbitos. Para 12 pacientes não temos informação do ano em que óbito ocorreu. O óbito ocorreu em Mambaí ou em outros municípios onde passaram a residir. As circunstâncias e as características do óbito estão sendo resgatadas. O óbito súbito predominou no sexo masculino 65,9% (56/85) e nos soropositivos 87% (74/85). |