Análise do papel das citocinas IL-7 e IFN-γ na polimerização do citoesqueleto de actina e na multiplicação intracelular de Trypanosoma cruzi |
A Doença de Chagas se manifesta em duas fases, sendo a aguda caracterizada por alta parasitemia, e a crônica por controle da infecção por parte do hospedeiro. Uma resposta imune adequada é necessária para controle da infecção. O perfil de resposta frente à infecção por Trypanosoma cruzi é do tipo T helper 1 (Th1). Estudos recentes demonstraram que a citocina IL-7 é altamente expressa na fase crônica da infecção experimental por T. cruzi enquanto a citocina IFN-γ tem sido amplamente estudada frente à infecção por T. cruzi , possuindo papel fundamental no controle da parasitemia na fase aguda. Nesse trabalho, foi avaliado o papel das citocinas IFN-γ, e IL-7 na infecção in vitro por T. cruzi da cepa G e Y, e o papel das mesmas na polimerização de actina. Foi utilizado o kit Actin Polymerization Biochem (Cytoskeleton, Inc. Denver, CO, EUA) onde a polimerização do citoesqueleto de actina é detectada quando os monômeros de actina globular (G-actina), que estão conjugados ao pireno, formam a actina filamentosa (F-actina) e emitem fluorescência. Este experimento revelou que o tratamento com as citocinas IFN-γ e IL-7, foram capazes de aumentar a formação dos filamentos comparados ao controle positivo, sendo tal característica se mantida ao longo do tempo analisado (60 minutos). Em mioblastos C2C12, as citocinas IFN-γ, IL-7 induziram a polimerização do citoesqueleto de actina após 96h de tratamento, conforme analisado por microscopia confocal e citometria de fluxo. Além disso, ambas foram capazes de diminuir a multiplicação parasitária da cepa G, após 96h de tratamento. O efeito na indução da polimerização de actina promovido pela citocina IFN-γ já havia sido relatada anteriormente podendo ser associada à ativação de Rac1, a qual resulta em altos níveis de F- actina. Enquanto isso, dados sobre IL-7 são escassos, no entanto, o fato desta citocina ser altamente expressa na infecção experimental por T. cruzi , sugere que desempenhar papel na passagem para a fase crônica da doença, já que polimerizando a actina, os parasitas estariam firmemente retidos no interior das células. Ao se realizar o tratamento com IFN-γ houve maior produção espécies reativas de oxigênio, podendo este efeito, juntamente com a indução de polimerização de actina, estar associado com a melhor multiplicação parasitária. |