rP21 diminui fibrose e carga parasitária no tecido cardíaco em infecção aguda experimental por Trypanosoma cruzi
FLÁVIA ALVES MARTINS 1, MARLUS ALVES DOS SANTOS1, JÚLIA DE GOUVEIA SANTOS1, MYLLA SPIRANDELLI DA COSTA1, BRUNA CRISTINA BORGES1, ALINE ALVES SILVA1, PAULA CRISTINA BRÍGIDO TAVARES1, REBECCA TAVARES E SILVA BRÍGIDO1, SAMUEL COTA TEIXEIRA1, THAÍSE LARA TEIXEIRA1, CASSIANO COSTA RODRIGUES1, CLAUDIO VIEIRA DA SILVA1
1. UFU - Universidade Federal de Uberlândia
flaviaalvesmartins22@hotmail.com

A rP21 baseada na P21 nativa de T rypanosoma cruzi possui importante papel no aumento da invasão de T. cruzi na célula hospedeira, aumenta a polimerização do citoesqueleto de actina, e tem potencial importância na transição para a fase crônica da doença de Chagas. Objetivou-se neste trabalho analisar a atuação da rP21 na infecção in vitro e in vivo por T. cruzi da cepa Y. Verificou-se que o tratamento com rP21 levou à redução na multiplicação parasitária em mioblastos C2C12, aumento da polimerização de actina e aumento da produção de óxido nítrico nestas células.  Ao se realizar análise da produção de P21 nativa em T. cruzi em condições de estresse, observou-se aumento da expressão de P21 em epimastigotas submetidos à estresse nutricional (ausência de SFB) e aumento da produção de P21 por amastigotas intracelulares derivados de  mioblastos infectados e tratados com IFN-γ, sugerindo que a proteína nativa pode ser mais produzida em momentos cruciais no ciclo de vida do parasita. Para análise in vivo , camundongos Balb/c foram infectados com 10 6 tripomastigotas da cepa Y e tratados ou não com 100µg/animal de rP21 nos dias 0, 5 e 15  de infecção. Verificou-se que o grupo de animais infectados concomitantemente com a rP21 , apresentou maior parasitemia inicial quando comparado ao grupo controle, apresentando ambos diminuição da parasitemia ao longo do tempo. Após 20 dias de infecção, os animais foram eutanasiados e avaliou-se cortes histológicos do tecido cardíaco, onde verificou-se no grupo tratado com rP21 menores taxas de fibrose e infiltrado inflamatório, reduzida contagem de mastócitos e de ninhos de amastigotas. Esses resultados confirmam a ação da rP21 em aumentar a invasão parasitária de T. cruzi , uma vez que houve maior parasitemia inicial no grupo tratado com rP21, ao mesmo tempo indicando posterior controle da multiplicação parasitária, já que a continuação do tratamento com a proteína, resultou em menor contagem de ninhos. Assim, conclui-se que a proteína rP21 demonstra atuação na invasão e multiplicação de T. cruzi , fazendo-se necessário realizar mais experimentos para explicar a maior expressão da proteína nativa em momentos de estresse parasitário, sua possível correlação com o ciclo celular do parasita , além de  ser necessário elucidar a aplicabilidade da rP21 no controle da infecção e o mecanismo de atuação dessa proteína  nas alterações teciduais encontradas no tecido cardíaco.



Palavras-chaves:  Trypanosoma cruzi, Proteína rP21, Infecção experimental, Cepa Y, Citoesqueleto de actina