rP21 diminui fibrose e carga parasitária no tecido cardíaco em infecção aguda experimental por Trypanosoma cruzi |
A rP21 baseada na P21 nativa de T rypanosoma cruzi possui importante papel no aumento da invasão de T. cruzi na célula hospedeira, aumenta a polimerização do citoesqueleto de actina, e tem potencial importância na transição para a fase crônica da doença de Chagas. Objetivou-se neste trabalho analisar a atuação da rP21 na infecção in vitro e in vivo por T. cruzi da cepa Y. Verificou-se que o tratamento com rP21 levou à redução na multiplicação parasitária em mioblastos C2C12, aumento da polimerização de actina e aumento da produção de óxido nítrico nestas células. Ao se realizar análise da produção de P21 nativa em T. cruzi em condições de estresse, observou-se aumento da expressão de P21 em epimastigotas submetidos à estresse nutricional (ausência de SFB) e aumento da produção de P21 por amastigotas intracelulares derivados de mioblastos infectados e tratados com IFN-γ, sugerindo que a proteína nativa pode ser mais produzida em momentos cruciais no ciclo de vida do parasita. Para análise in vivo , camundongos Balb/c foram infectados com 10 6 tripomastigotas da cepa Y e tratados ou não com 100µg/animal de rP21 nos dias 0, 5 e 15 de infecção. Verificou-se que o grupo de animais infectados concomitantemente com a rP21 , apresentou maior parasitemia inicial quando comparado ao grupo controle, apresentando ambos diminuição da parasitemia ao longo do tempo. Após 20 dias de infecção, os animais foram eutanasiados e avaliou-se cortes histológicos do tecido cardíaco, onde verificou-se no grupo tratado com rP21 menores taxas de fibrose e infiltrado inflamatório, reduzida contagem de mastócitos e de ninhos de amastigotas. Esses resultados confirmam a ação da rP21 em aumentar a invasão parasitária de T. cruzi , uma vez que houve maior parasitemia inicial no grupo tratado com rP21, ao mesmo tempo indicando posterior controle da multiplicação parasitária, já que a continuação do tratamento com a proteína, resultou em menor contagem de ninhos. Assim, conclui-se que a proteína rP21 demonstra atuação na invasão e multiplicação de T. cruzi , fazendo-se necessário realizar mais experimentos para explicar a maior expressão da proteína nativa em momentos de estresse parasitário, sua possível correlação com o ciclo celular do parasita , além de ser necessário elucidar a aplicabilidade da rP21 no controle da infecção e o mecanismo de atuação dessa proteína nas alterações teciduais encontradas no tecido cardíaco. |