PREVALÊNCIA DE NEUTROPENIA EM PACIENTES EM TRATAMENTO DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM RECIFE, PERNAMBUCO.
GABRIEL TEIXEIRA BASTO FEITOSA 1, LUCAS SILVA COSTA GUERRA MORAES 1, LETÍCIA BESERRA FERREIRA 1, JAYME CESAR FIGUEREDO NETO 1, PAULO NEVES BAPTISTA FILHO 1, ANALÍRIA PIMENTEL MORAES 1
1. UPE - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco
gabrieltbfeitosa@hotmail.com

O objetivo da pesquisa é identificar a prevalência das alterações hematológicas apresentadas durante o tratamento da toxoplasmose congênita nos lactentes atendidos nos ambulatórios do Serviço de Infectologia Pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife. A toxoplasmose é uma doença infecciosa, causada pelo parasita Toxoplasma gondii que, quando a primo-infecção ocorre durante a gravidez, pode ser transmitida de mãe para filho através da placenta, podendo infectar o concepto ocasionando morte, aborto espontâneo ou sequelas como: défices neurológicos, neurocognitivos e coriorretinite. Em cada ano ocorrem cerca de 200 000 casos de toxoplasmose congênita no mundo. Duas drogas são utilizadas para o tratamento da doença, a Sulfadiazina e a Pirimetamina, que agem no metabolismo do ácido fólico, prejudicando a formação do DNA do parasito.  Apesar da sua eficácia, essas drogas podem levar a mielosupressão como principal efeito colateral, frequentemente causando descontinuidade de tratamento. Por essa razão se associa ao tratamento o ácido folínico, para evitar esse efeito indesejado. O tratamento dura um ano. Nos seis primeiros meses a dose de Pirimetamina é diária e nos seis meses seguintes são 3 doses de Pirimetamina por semana. O esquema com Pirimetamina diária é denominado continuado e o de três doses semanais, descontinuado. O atual estudo trata-se de uma coorte retrospectiva de lactentes atendidos no ambulatório da Infectologia pediátrica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) no período de janeiro de 2008 até dezembro de 2017 e que fizeram tratamento medicamentoso. Foram revisados 93 prontuários de pacientes com diagnóstico clinico e laboratorial de toxoplasmose congênita. Destes, 22 apresentaram neutropenia (23%). Destes 22, 10 (45%), tiveram tratamento suspenso com a pirimetamina e desses 10, cinco (50%), estavam fazendo tratamento continuado da medicação. Diante desses resultados, concluiu-se que a neutropenia como efeito colateral é um achado frequente no tratamento da Toxoplasmose Congênita e que as chances de suspensão de tratamento por neutropenia foi igual para ambos esquemas terapêuticos. Esses pacientes em tratamento medicamentoso devem ser monitorados sob o ponto de vista hematológico para que se desenvolverem neutropenia, seja de imediato suspenso a medicação e substituída por outra droga que não desenvolva esse evento indesejado.



Palavras-chaves:  Toxoplasmose Congênita , Neutropenia , Pirimetamina