DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES DE Leishmania spp. E DA FONTE ALIMENTAR DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA, PSYCHODIDAE) NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES
BRUNO LEITE RODRIGUES 2, RAQUEL SILVA FONTELES2, ADALBERTO ALVES PEREIRA FILHO2, JORGE LUIZ PINTO MORAES2, SILMA REGINA FERREIRA PEREIRA2, JOSÉ MANUEL MACÁRIO REBÊLO2
1. UFMA - Universidade Federal do Maranhão, 2. IRR - Instituto René Rachou - Fiocruz Minas, 3. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
brunno2310@gmail.com

As Leishmanioses são doenças infecto-parasitárias, que atingem milhares de brasileiros anualmente. Esse complexo de enfermidades é ocasionado por protozoários do gênero Leishmania , que são transmitidos por insetos da família Phlebotominae. Essas doenças, bem como os vetores biológicos, são amplamente distribuídas no estado do Maranhão, assim como em polos turístico, como o entorno do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM), onde a forma tegumentar das Leishmanioses (LT) é endêmica. Para o delineamento de medidas de controle eficientes, é necessário obter informações a respeito da transmissão desses patógenos, como os parasitas circulantes, a fauna flebotomínica e sua respectiva fonte alimentar. Logo, o presente estudo avaliou a presença de DNA de Leishmania e a fonte alimentar em flebotomíneos coletados em áreas de transmissão de LT no PNLM. Para isso, foram feitas coletas com armadilha luminosa HP em 62 localidades do município de Barreirinhas entre 2012 e 2015. Após identificadas morfologicamente, as fêmeas ingurgitadas tiveram seu DNA extraído para identificação, por meio de PCR-RFLP, da presença de DNA de Leishmania e fonte alimentar, utilizando as enzimas de restrição Hae III e Mbo I. Das 843 amostras analisadas (cada amostra contendo um pool de até 10 fêmeas), 48 estavam positivas para a presença de DNA de Leishmania : 17 eram de Lutzomyia longipalpis positivas para Le. infantum ; duas Lu. lenti positivas para Le. infantum ; 17 Lu. whitmani positivas para Le. infantum e cinco para Le. braziliensis ; e sete Lu. flaviscutelata positivas para Le. amazonensis . Em relação a fonte alimentar, foram analisadas individualmente 211 fêmeas ingurgitadas das espécies Lu. whitmani , Lu. longipalpis , Lu. flaviscutellata , Lu. sordellii , Lu. evandroi e Lu. lenti . O sangue identificado correspondia aos hospedeiros: porco (37,91%); cachorro (27,48%); galinha (20.85%); cavalo (9%); roedor (3,31%) e humano (1,42%). Nossos resultados mostram a presença de pelo menos três espécies de Leishmania circulantes nessa área endêmica de LT, indicando a participação dessas espécies nos casos autóctones da região. Além disso, a presença de sangue de cachorro, cavalo e porcos em flebotomíneos aponta que esses mamíferos, comumente encontrados nas residências, servem como atrativo para a ocorrência desses insetos no peridomicílio das habitações humanas, além de uma possível participação como reservatórios do parasita, contribuindo com uma provável transmissão peridoméstica da doença.



Palavras-chaves:  vetor biológico, leishmaniose tegumentar, PNLM