ECOLOGIA DE FLEBOTOMÍNEOS DO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES, MARANHÃO, BRASIL
ADALBERTO ALVES PEREIRA FILHO3, RAQUEL SILVA FONTELES3, BRUNO LEITE RODRIGUES 3, MARIA NORMA MELO3, JORGE LUIZ PINTO MORAES3, JOSÉ MANUEL MACÁRIO REBÊLO3
1. UFMA - Universidade Federal do Maranhão, 2. IRR - Instituto René Rachou - Fiocruz Minas, 3. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
brunno2310@gmail.com

A leishmaniose tegumentar (LT) encontra-se amplamente distribuída no Maranhão, com alta incidência no entorno do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM), sobretudo nos povoados pertencentes a Barreirinhas e Santo Amaro, os quais estão dispostos na rota do turismo e que notificaram casos da doença nos últimos anos. Como consequência do impacto do turismo e de pressões de ordem socioeconômica, as áreas do entorno do PNLM têm sofrido danos ecológicos gerados pelo homem, promovendo um contato mais próximo com os vetores de patógenos humanos, dentre eles, os flebotomíneos, o que acaba gerando uma modificação do padrão original de transmissão da LT. Diante do exposto, objetivou-se caracterizar a fauna flebotomínica das localidades do entorno do PNLM. Coletas mensais foram realizadas com armadilhas luminosas HP, durante o período de setembro de 2012 a agosto de 2013, nos ambientes peri e extradomiciliar em 13 pontos distribuídas em 3 localidades. Foram coletados 4474 espécimes de flebotomíneos pertencentes a nove espécies ( L. whitmani , L. longipalpis , L. lenti , L. evandroi , L. sordellii , L. flaviscutellata , L. termitophila , L. intermedia e L. wellcomei ), sendo a estação chuvosa (dezembro a junho) a que obteve maior abundância. As espécies mais prevalentes foram L. whitmani (46,85%) e L. longipalpis (43,25%) representando juntas 90,1% do total de espécimes coletados, com índice de constância de 100% para ambas. O índice de diversidade de Shannon indicou maior riqueza nas áreas extradomiciliares em relação ao preridomicílio, H’ = 2.4 e H’ = 4.98, respectivamente. Nossos resultados confirmam alta prevalência de L. longipalpis e L. whitmani , vetores de LT e LV, respectivamente. Além disso, apontam para a peridomicialiação de outras espécies que são desconsideradas na transmissão de Leishmania (e.g. L. lenti ), o que sugere medidas de controle por parte das autoridades de saúde pública, de forma a conter futuros surtos de leishmaniose visceral nessa área, tida como endêmica para LT.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Tegumentar, Flebotomíneos, Maranhão