Introdução: Em junho de 2017, um surto de doença respiratória aguda foi notificado à Secretaria de Saúde do Distrito federal. A doença acometeu bombeiros que participaram de um treinamento de sobrevivência, com atividades em uma fazenda. O objetivo do estudo foi descrever o surto e identificar fatores de risco relacionados à infecção. Material e Método: Realizou-se um estudo descritivo e uma coorte histórica. Foi considerado infectado o bombeiro que apresentou tomografia de tórax sugestivas de histoplasmose ou reagente nos testes de imunodifusão e/ou Western blot. Foi considerado sintomático respiratório o bombeiro que apresentou febre e pelo menos, dispneia ou tosse. Coletou-se amostra ambiental e realizado Nested PCR especifico para Histoplasma capsulatum . Resultados: Entre 35 bombeiros, 94,3% eram homens e mediana de idade foi de 37 (24-45) anos; 29 adentraram uma caverna, 96,5% não usaram máscara, e 28 classificados como infectados. A média de permanência dentro da caverna foi 25 minutos e a frequência média de adentramento de 1 a 3 vezes. Dentre os 71,4% dos sintomáticos respiratório, os sintomas mais frequentes foram: cefaléia (88,0%), febre e miagia (76%). O primeiro e o último bombeiro apresentaram sintomas 5 a 15 dias após entrada na caverna. O fator de risco associado à infecção foi entrar na caverna ( RR=3.86; RA=71.6; p < 0,02). Dentre 14 amostras ambientais, 50% foram positivas. Conclusão: Houve um surto de histoplasmose relacionado a adentramento em uma caverna.A caverna foi interditada e os bombeiros foram tratados.