ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS: ESCORPIONISMO NO MUNICÍPIO DE APUÍ - AM
ÊNDILA SOUZA BARBOSA 1,2, FRANDISON GEAN SOUZA SOARES1,2, JACIMARA VASQUES GOMES1,2, WUELTON MARCELO MONTEIRO1,2, JACQUELINE A. GONÇALVES SACHETT 1,2
1. UEA - Universidade do Estado do Amazonas, 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor VIeira Dourado
jacenfermagem@hotmail.com

Acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública por sua frequência e gravidade, sendo causa importante de morbidade e mortalidade no mundo. Os acidentes por serpentes, escorpiões e aranhas são os que mais ocorrem com aproximadamente 115.000 casos por ano no Brasil, sendo os acidentes escorpiônicos os mais frequentes e a maior taxa de letalidade é observada nos acidentes ofídicos. No Amazonas, somente entre os anos de 2013 e 2016, foram notificados 9.504 acidentes. O município de Apuí está entre os que apresentam os números mais elevados, chamando atenção por possuir uma população estimada de 20.258 habitantes. O objetivo desse trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no município de Apuí - AM. Tratou-se de um estudo epidemiológico descritivo, de caráter quantitativo, realizado pela consulta aos dados disponíveis no Sistema de Informação de Agravo e Notificação (SINAN) por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O recorte temporal foi de 2007 a 2016 e a análise foi realizada com cálculo de incidência e percentuais. Foram notificados no SINAN no período supracitado, 742 casos de acidentes por animais peçonhentos no município, com uma taxa de incidência de 36 casos/ 10.000 habitantes/ ano. Quanto ao número de casos por ano, os com maior incidência foram 2016 (106), 2015 (94) e 2012 (93) e a média de casos por ano foi de 74,2. Os acidentes predominaram no sexo masculino, alcançando 73,18% (543) e 54,17% do total de indivíduos eram pardos. A faixa etária mais acometida foi dos 20 aos 39 anos com 35,98% (267). O tipo de acidente o mais comum foi o escorpionismo sendo responsável por 54,98% (408) dos casos, seguido do ofidismo com 21,42% (159) e araneísmo 16,03% (119). Em relação à classificação dos acidentes, 57,95% (430) foram acidentes leves, enquanto 32,88% (244) moderados e 5,66% (42) graves. A maioria dos acidentes (95,41%) evoluiu para cura e 34,23% (254) teve tempo entre picada e atendimento de 1 a 3 horas. Os acidentes escorpiônicos são muito frequentes no município de Apuí, sendo o primeiro no ranking após a capital do estado, com um número bem aproximado de casos, mas com uma população mais de 100 vezes menor e uma diferença significativa com relação aos demais municípios. 



Palavras-chaves:  Animais Venenosos, acidentes, epidemiologia