CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DA FEBRE AMARELA NO BRASIL, 2001 A 2016
DANIEL JOSIVAN DE SOUSA 1, MARILENE DE SOUSA OLIVEIRA1, ANDREA NUNES MENDES DE BRITO1, CYNTIA REGINA LÚCIO DE SOUSA IBIAPINA1, MALVINA THAÍS PACHECO RODRIGUES 1
1. PPGSC - UFPI - Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comunidade, Universidade Federal do Piauí (UFPI)
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A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda de notificação compulsória e imediata. Mantém-se endêmica e enzoótica em diversas regiões tropicais das Américas e da África. O Brasil vive, desde dezembro de 2016, um dos maiores surtos de FA de transmissão silvestre da sua história, o que trouxe à tona a discussão a respeito do risco da retomada da transmissão urbana da FA. Esta pesquisa objetiva analisar os aspectos sociodemográficos e epidemiológicos da febre amarela no Brasil. Trata-se de um estudo descritivo, realizado com dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – versão Net (SINAN NET) e Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) abrangendo as notificações e a cobertura vacinal da febre amarela em residentes no Brasil de 2001 a 2016. Foram calculadas proporções das notificações segundo as variáveis: ano e mês de notificação, sexo, faixa etária, raça, critérios confirmação, evolução, zona de residência e cobertura vacinal. Durante o período do estudo, foram notificados 278 casos de febre amarela silvestre. A taxa de incidência variou de 0,020/100.000 hab. (2001) para 0,025/100.000 hab. (2016), com o maior surto de FA em 2003 (0,029/100.000 hab.) com sazonalidade no verão Observou – se que 62,2 % das notificações foram na Região Sudeste, seguido do Centro – oeste (15,5%), Norte (13,3%) e Sul (9,0 %). Não foram notificados nenhum registro de FA no Nordeste. O estado de Minas Gerais engloba aproximadamente 46,8% de todas as notificações. Predominaram adultos de 40 a 49 anos (16,9 %), sexo masculino (84,2%), raça branca (30,6 %), com escolaridade até 7 anos (21,2 %) e residentes da zona rural (56,1%). A maior parte dos casos teve confirmação laboratorial (89,2 %). Referente a evolução dos casos, 50,7 % destes vieram a óbito e 45,0 % tiveram cura. Quanto a distribuição da cobertura vacinal, a Região Norte apresenta a melhor cobertura (92,47 %) e a Região Sudeste a menor (29,50 %).  Conclui – se que a F.A é uma doença com elevado percentual de óbitos e a população mais afetada foram os adultos residentes da Região Sudeste. Tal situação pode ser justificada pelas baixas coberturas vacinais na região. Desta forma, é de fundamental importância medidas de controle e prevenção do surto, identificação e manejo clínico de casos suspeitos e confirmados, encaminhamento e manejo clínico de casos graves, ações de educação em saúde sobre vigilância e manutenção das ações de controle e especialmente aumento da cobertura vacinal.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Febre Amarela , Vacinas