ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO NORDESTE, BRASIL, 2009 - 2016
DANIEL JOSIVAN DE SOUSA 1, MARILENE DE SOUSA OLIVEIRA1, ANDREA NUNES MENDES DE BRITO1, CYNTIA REGINA LÚCIO DE SOUSA IBIAPINA1, MALVINA THAÍS PACHECO RODRIGUES 1
1. PPGSC - UFPI - Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comunidade, Universidade Federal Do Piauí (UFPI)
DANHUPI@GMAIL.COM

Os acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública em âmbito mundial, sendo de grande importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. No Brasil, durante o ano de 2016, foram registrados 173.630 casos de envenenamentos por animais peçonhentos, destes, aproximadamente 31,5 % na Região Nordeste. Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no Nordeste. Trata - se de uma pesquisa descritiva com análise de dados secundários. Foram incluídos os casos notificados dos acidentes por animais peçonhentos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – versão Net (SINAN NET) na Região Nordeste, no período de 2009 a 2016. Foram calculadas proporções das notificações segundo as variáveis: ano da notificação, sexo, faixa etária, raça, tempo da picada e o atendimento, tipo de animal, classificação final e evolução do caso . As variáveis quantitativas foram descritas pelo seu valor absoluto e de distribuição de frequências relativas (em porcentagem). Foram calculadas a taxa de incidência para cada 100 mil habitantes. Foram notificados 380.902 casos no período, com média de 47.612 casos/ano. A incidência anual do período foi de 85,3 casos/ 100 mil habitantes, com maior frequência no sexo feminino (50,2 %), faixa etária (20 - 39 anos), raça parda (54,5 %), ocorridos no primeiro semestre (34,1 %) e no estado da Bahia (30,3 %). O acidente de maior frequência foi escorpiônico (70,3 %), seguido de ofídicos (15,1 %) e abelhas (6,0 %). O tempo decorrido médio entre picada e o atendimento foi de 1 hora (38,6 %). A maior parte teve, gravidade leve (81,9 %) e evolução clínica do caso para cura (89,9 %). Após análise dos dados fica evidente que a maior problemática no Nordeste é o escorpionismo pelo alto percentual de notificações. Desta forma, é de fundamental importância ações de educação em saúde para população, tratamento adequado, notificação dos agravos, bem como o adequado preenchimento da ficha de investigação individual a fim de obter-se confiabilidade dos dados que permita futuras análise e pesquisas, no intuito de reduzir o acometimento da população.



Palavras-chaves:  Animais Venenosos, Epidemiologia, Vigilância em Saúde