TENDÊNCIA HISTÓRICA DA MORTALIDADE INFANTIL POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS
REBECA BEZERRA BONFIM DE OLIVEIRA1, BEATRIZ ANDRADE DE ARAÚJO1
1. UPE - Universidade de Pernambuco
rebecabonfim2@gmail.com

A mortalidade infantil constitui um indicador fundamental na avaliação da situação de saúde da população e seu acompanhamento é uma oportunidade para o desenvolvimento de estratégias preventivas direcionadas à redução do risco de morte por meio de políticas públicas relacionadas à saúde das crianças. Este estudo tem como objetivo descrever a tendência histórica da mortalidade infantil por doenças infecciosas e parasitárias (DIPs) em Pernambuco. Trata-se de um estudo de corte transversal utilizando dados secundários disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), alimentado pelo Sistema de Informação de Mortalidade, durante o período de 1996 a 2016. Entre as causas de óbitos infantis, o grupamento das DIPs é um importante componente passível de internação e óbito, principalmente no período pós-neonatal, correspondendo, em 1996, à segunda causa de mortalidade infantil em Pernambuco (14,2%). Em 2005 há uma redução dos casos registrados (9,8%) e a mortalidade infantil por malformações congênitas passa a ocupar a segunda causa (12,6%). A redução torna-se ainda mais evidente em 2016 (6,5%), sendo a terceira causa de mortalidade infantil no estado. A doença diarreica, considerada como uma das principais responsáveis pelos óbitos infantis nesse grupamento das DIPs, reduziu de 634 casos em 1996 para 38 casos em 2016. Nesse período, 88,7% dos óbitos por DIPs ocorreu no componente pós-neonatal, sendo importante destacar que é o período que está intimamente relacionado aos fatores socioeconômicos e ambientais em que a criança está inserida. Os resultados obtidos são reflexos de avanços alcançados ao longo da história da saúde pública, principalmente no que tange às doenças passíveis de prevenção por imunização, assim como de transformações econômicas e demográficas vivenciadas a partir da segunda metade do século XX. Nesta perspectiva, torna-se indispensável o reconhecimento dos fatores sociais, econômicos e culturais para a redução da mortalidade infantil por DIPs, assim como o conhecimento de sua distribuição e tendência para que estratégias de prevenção e controle sejam delineadas.

Palavras-chaves: Doenças Transmissíveis, Epidemiologia, Mortalidade Infantil, Vigilância.

 



Palavras-chaves:  Doenças Transmissíveis, Epidemiologia, Mortalidade Infantil, Vigilância