ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA SOBRE O TÉTANO NEONATAL NO BRASIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA |
O tétano neonatal é uma doença infecciosa aguda e grave causada pelo bacilo anaeróbio Clostridium tetani , a qual tem início dos sintomas entre o 3º e 14º dia após o nascimento, manifestando a princípio dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante. A principal porta de entrada para o bacilo é a contaminação do coto umbilical pelos esporos no momento do nascimento ou nos primeiros dias de vida. A letalidade é alta e está relacionada com as condições socioeconômicas, de higiene do parto e o acesso aos serviços de saúde e pré-natal. Dessa maneira, constitui um sério problema em países subdesenvolvidos. O presente trabalho visa a analisar a epidemiologia desta enfermidade no Brasil e, diante disso, realizou-se levantamento bibliográfico em bancos de dados Lilacs, SciELO e PubMed do período de 2008 a 2018. Os descritores utilizados foram: “Tétano”, “Neonatal” e “Epidemiologia”. Encontraram-se 24 artigos, sendo excluídos os que se referiam a dados de outros países, restando 10 artigos; ademais foram utilizados os dados fornecidos pelo Ministério da Saúde acerca do assunto. Na década de 50, anualmente, em torno de 180 mil recém-nascidos iam a óbito no mundo, por consequência do quadro. No Brasil, as regiões Norte e Nordeste sempre se destacaram pelo acometimento da doença, chegando a abarcar 85% dos casos nacionais em 2004. Afortunadamente, constatou-se que a incidência do tétano neonatal sofreu significativo decréscimo, indo de 1642 casos na década de 90 para 30 nos últimos 10 anos. Destaque para 2015 e 2017, quando não houve notificação. Os estudos indicaram que tal feito está em consonância com o aumento da cobertura vacinal, da assistência pré-natal e dos cuidados higiênicos com o coto umbilical. A vacina utilizada no país é a dupla adulto (dT), contra a difteria e tétano, com a eficácia de 100%. A qualidade da educação em saúde, por vezes, baixa merece atenção, assim como o fato de que os esporos da bactéria podem estar presentes em produtos do uso cultural para o curativo umbilical, como ervas chás e pós; além da tradição de partos domiciliares assistidos por pessoas sem preparo e sem instrumentos de trabalho adequados. Tratam-se de fatores passíveis de intervenção, uma vez que se configuram como entes mantenedores da doença. A vacinação, a assistência ao pré-natal e ao parto, em suma, possuem destaque na redução de enfermidades e óbitos neonatais, minimizando o efeito das desigualdades socioeconômicas. |