PADRÃO DE RESISTÊNCIA DE PROTEUS SP EM INFECÇÕES DE TRATO URINÁRIO COMUNITÁRIAS EM UMA CIDADE DO INTERIOR DO CEARÁ |
A infecção por Proteus sp caracteriza-se como uma das mais agressivas patogenias geradas por Bactérias Gram-Negativas, devido, principalmente, a suas especificidades como a presença de urease na espécie Proteus mirabilis , sendo a mais frequentemente manifestada. Este estudo visa caracterizar o padrão de resistência a antibióticos por essas bactérias, em infecções de trato urinário comunitárias, além de definir as faixas etárias onde há uma maior prevalência desta situação. O estudo foi descritivo, transversal e retrospectivo, realizado com 2260 pacientes atendidos por um laboratório particular da cidade de Sobral, de janeiro a julho de 2017. Nos pacientes cujo exame de urinocultura deram positivo para a presença de bactérias foram realizadas provas bioquímicas para reconhecimento da espécie do patógeno. Logo após, um Teste de Sensibilidade ao Antimicrobiano foi realizado para detectar as resistências expressas pela espécie. Foram excluídos do estudo, além dos negativos, os exames com resultado inconclusivo. O padrão de resistência foi classificado por idade dos pacientes. Dos 2260 pacientes atendidos no Laboratório, 379 apresentaram Infecção de Trato Urinário (ITU). Desses, 30 (7,91%) apresentaram Proteus sp como a espécie presente na urina. De modo geral, essa espécie foi significativamente mais resistente à Ampicilina e Amoxicilina, com 16 e 14 pacientes respectivamente. Representantes das classes de cefalosporinas também foram tidos como inadequados em alguns casos, não podendo excluir as sulfonamidas, que aparecem comumente nos estudos de resistências bacterianas. Indivíduos com mais de 65 anos foram os principais afetados por bactérias resistentes, enquanto a faixa etária de 41 a 65 anos não apresentou nenhum caso nessa situação. Visto que a resistência a antimicrobianos é uma realidade na medicina atual, atingindo até mesmo crianças, é de crucial importância uma reestruturação das terapias, para que haja a promoção de um tratamento sempre mais específico e direcionado, de maneira a evitar a criação de superbactérias no futuro. Com isso, também é válida a instrução da população acerca da utilização correta de antibióticos. Faz-se necessário também estudos epidemiológicos que analisem e tracem o perfil de sensibilidade de microrganismos a antimicrobianos na comunidade. |