ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE DE 2014 A 2016
FELIPE PINHEIRO MENDES 1, RAFAEL LUCAS SIMÕES DOS SANTOS1, LUANA CARLOS DE FREITAS1, LETÍCIA BENEVIDES CAVALCANTE SOARES1, JOSÉ FRANCISCO IGOR SIQUEIRA FERREIRA1, NATÁLIA COELHO CHESTER1, JAMINE YSLAILLA VASCONCELOS RODRIGUES1, PAULA FERNANDA PATRIOLINA TEIXEIRA DE OLIVEIRA1, DAVISSON LOPES DA COSTA1, VANUSA KEZIA SANTOS MESQUITA1, MANOEL VIEIRA DO NASCIMENTO JÚNIOR1, NAÍSE LIMA MOURÃO SOARES1, NATHÁLIA PAIVA FERRANTE1, FRANCISCO LEONARDO FERREIRA DE MESQUITA1, KARIELE VERAS PINTO1, ALANA PONTE CORREIA1, NATANAEL PONTE DE OLIVEIRA1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral
felipepinheirome@gmail.com

A hanseníase é uma doença de alta morbimortalidade ao longo dos tempos, conquanto tenha adquirido excelente prognóstico com os tratamentos modernos. Permanece como uma grave moléstia à saúde pública, muito em face do estigma inerente à doença que fomenta o desconhecimento da população e a não adesão ao tratamento. Esse estudo objetiva explanar o perfil epidemiológico da doença na cidade de Sobral-CE, de 2014 a 2016, evidenciando algumas variáveis importantes. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e com abordagem quantitativa. Analisou-se as variáveis sexo, faixa etária, modo de detecção, classificação operacional ao diagnóstico e tipo de saída, segundo dados colhidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram notificados 295 casos entre 2014 e 2016. Destes, 54% ocorreram no sexo masculino, e 46% feminino. Em relação à idade, 11,8% eram menores de 19 anos, 44,5% de 20 a 49 anos e 43,7% ocorreu em maiores de 50 anos. Sobre o modo de detecção, 37,9% vieram por encaminhamento, 44,7% por demanda espontânea, 6,1% por exame coletivo ou de contatos e 11,3% por outros modos. Quanto à classificação operacional, 32,5% são paucibacilares e 67,5% multibacilares. Sobre o tipo de saída, 61,7% dos casos foram notificados como em tratamento, 34,5% curados, 0,3% de óbito e 3,5% foram transferidos ou possuíam diagnóstico errado. Assim, observa-se que a doença possui grande impacto na região, tanto por sua condição infectocontagiosa, quanto por sua repercussão social e psicológica, afetando, sobretudo, adultos e idosos sendo a forma de maior prevalência a multibacilar, que se não tratada adequadamente, é muito contagiosa. Sobre o modo de detecção, a cura relaciona-se com diagnóstico precoce e adequado tratamento. Devido ao estigma existente, abordar a doença, esclarecendo a população sobre a transmissão e o tratamento, é essencial, e como a suspeição de hanseníase é feita pela equipe de saúde e pelo paciente, campanhas de esclarecimento sobre a doença são importantes. Ademais, exames de pacientes com história clínica sugestiva e o diagnóstico precoce via demanda espontânea trariam mais efetividade no combate à doença. Diante disso, vê-se que se trata de uma doença com evolução geralmente favorável, tornando-se de suma importância a continuidade das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento desses pacientes, sendo, assim, imprescindível a participação das redes de atenção primária nesse processo.
Palavras-chave: epidemiologia, hanseníase, saúde pública.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Saúde Pública