RELATO DE CASO: TRATAMENTO DE LEISHMANIOSE CUTÂNEA COM GLUCANTIME INTRALESIONAL
JÉSSICA DE SOUSA COSTA 1, VINICIUS DE ARAUJO COSTA COELHO1, NAYRO DE SOUSA FERREIRA1, JULIANA ANGELINE TAPETY FERRO1, VINICIUS EULALIO BASILIO SOARES1, CARLOS HENRIQUE NERY COSTA1
1. IDTNP - Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela
JESSICASOUSAC@GMAIL.COM

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa  que tornou-se um problema de saúde pública mundial, devido a magnitude, risco de deformidades, envolvimento psicológico, com reflexos sociais e econômicos. O tratamento de primeira linha se dá com os antimoniais pentavalentes endovenosos por vinte a trinta dias. Efeitos adversos clínicos e laboratoriais, são frequentes e requerem estreito monitoramento durante sua administração, muitas vezes levando a sua interrupção. O objetivo deste relato de caso é demonstrar a aplicabilidade do uso local do glucantime visando melhor comodidade terapêutica e diminuição de efeitos colaterais indesejados do tratamento sistêmico. Paciente RJSC, 71 anos, masculino, procedente de Timon-MA,  apresentava lesão em região lateral de perna direita de início há dois meses. A mesma evoluiu com ulceração de aproximadamente 3 cm de diâmetro, ovalada, indolor, não pruriginosa, bordos bem delimitados e elevados, fundo avermelhado com granulações grosseiras, sem saída de secreção. A biopsia demonstrava o parasita da leishmaniose na lesão. Paciente virgem de tratamento sistêmico, foi realizada aplicação subcutânea de 5 ml de glucantime intralesional, infiltrando o medicamento por toda área da lesão em um único momento. O mesmo foi reavaliado após 15, 30 e 90 dias do procedimento, tendo uma evolução satisfatória para cicatrização completa do ferimento. No primeiro mês, pode-se observar redução significativa do edema e diâmetro da lesão, além de formação crostosa. No terceiro mês havia epitelização com cicatriz hipertrófica residual e hiperpigmentação local. Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter reconhecido o tratamento intralesional em 2010, a OPAS passou a aceitá-lo em seu manual sobre leishmanioses publicado em 2013. A partir de 2014, o ministério da saúde resolveu adotá-lo também. Sugerindo de uma a tres aplicações, com intervalos de quinze dias. O manual recomenda que a aplicação não deva ser feita em áreas de articulação ou na cabeça, em lesões maiores de 3 cm e não injetar mais de 5 mL na ferida. Desta forma, através desse caso clinico venho demonstrar a eficácia do tratamento local, um método de fácil aplicação, com menor volume de drogas, menor toxicidade e efeitos colaterais. Na tentativa de difundir na comunidade médica esse método, já aprovado e reconhecido pela OMS e pelo ministério da saúde.



Palavras-chaves:  glicantime, intralesional, leishmaniose