DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO E MOLECULAR DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA UTILIZANDO AMOSTRAS IMPREGNADAS EM GLICOL METACRILATO
CINTIA MELLO 1, ANTONIO GONÇALVES1, ROSIMAR BATISTA DE LIMA1, LOHAINE MAFRA1, ABRAÃO DORNELAS1, TATIANA QUEIROZ1, CLAUDE PIRMEZ1, MARCIA DUARTE1
1. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz, 2. UNESA - Universidade Estácio de Sá
cintia.mello@ioc.fiocruz.br

A leishmaniose tegumentar Americana (LTA) é uma doença negligenciada, seu diagnóstico é complexo e devido à falta de infraestrutura em áreas endêmicas laboratórios centrais dão suporte na elucidação dos casos. Neste contexto, o exame histopatológico tem grande importância, especialmente no diagnóstico diferencial. O glicol metacrilato (GMA) é uma alternativa à parafina para impregnação de tecidos, proporciona cortes mais finos, com menor quantidade de artefatos e por conta disso melhor resolução morfológica. A PCR tem sido cada vez mais utilizada para o diagnóstico e caracterização de espécies, empregando diferentes amostras clínicas e tipos de conservação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de amostras processadas com GMA para o diagnóstico histopatológico e molecular da LTA. Vinte e cinco amostras, oriundas de pacientes com suspeita clínica de LTA, foram processadas a frio para impregnação com GMA, submetidas a cortes extra-finos (3µm) e coradas por azul de toluidina e fucsina básica. Para o ensaio de PCR, foram incubados trinta e cinco cortes a 55ºC durante 12 horas em tampão TEN contendo NP-40 e proteinase K. O DNA foi extraído do sobrenadante e utilizado primers para amplificar a região do minicírculo do KDNA de Leishmania e β-globina humana. Em 16 pacientes foi observado processo granulomatoso compatível com LTA ao exame histopatológico. A PCR foi positiva em 21 pacientes. Dentre os 4 pacientes negativos na PCR, 3 apresentaram ensaio negativo para o gen β-globina. Adicionalmente, as imagens histopatológicas das amostras impregnadas com GMA demonstraram boa resolução das estruturas celulares e parasitos. O DNA extraído das amostras de GMA foi amplificável pela PCR para o gen de Leishmania e β-globina humana. Houve associação entre achados histopatológicos compatíveis com leishmaniose e a PCR (p <0,05). De acordo om o nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo que empregou amostras impregnadas em GMA, para o diagnóstico da Leishmaniose Tegumentar, através do exame histopatológico e PCR. Nossos resultados demonstraram que essas amostras permitiram uma melhor resolução no exame microscópico e detecção de DNA de Leishmania pela PCR.



Palavras-chaves:  Histologia, Leishmaniose Cutânea, Reação em Cadeia da Polimerase