VIGILÂNCIA DA ESPOROTRICOSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ENTRE 2007 E 2017 E PERSPECTIVAS DE UM NOVO CENÁRIO
PAULA MARIA PEREIRA DE ALMEIDA2, CARLOS HENRIQUE CARVALHO DE ASSIS2, CRISTINA MARIA GIORDANO DIAS 2, MARIA INÊS FERNANDES PIMENTEL2, PATRÍCIA GANZENMÜLLER MOZA2, ROSÉLIA GUIMARÃES CARVALHO2
1. IOC-FIOCRUZ - INSTITUTO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ, 2. SES-RJ - SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO
patrica.gmoza@gmail.com

O estado do Rio de Janeiro (RJ) é atualmente área endêmica para esporotricose transmitida por gatos infectados, tendo apresentado na última década aumento tanto no número de casos humanos quanto no de municípios atingidos. Objetivou-se relatar a implantação de estratégias padronizadas para a vigilância da esporotricose no RJ, para aprimorar as ações de suspeição clínica, tratamento, prevenção e controle, bem como avaliar o perfil epidemiológico da doença entre 2007 e 2017. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, através da Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses (GDTVZ) / Coordenação de Vigilância Epidemiológica, inseriu a esporotricose humana na lista de doenças de notificação compulsória no RJ em 2013. A partir de então, a GDTVZ intensificou a realização de treinamentos para as equipes de Vigilância Epidemiológica e profissionais de saúde de diferentes municípios do estado, e implementou a realização de exame micológico para confirmação diagnóstica no Laboratório Central de Saúde Pública do RJ Noel Nutels (Lacen/RJ), quando indicado. A GDTVZ emitiu e divulgou notas técnicas com orientações sobre a implantação das ações de vigilância e manejo clínico da esporotricose para os gestores e profissionais de saúde dos municípios do estado. A análise do perfil epidemiológico da esporotricose humana no RJ entre 2007 e 2017, através dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), mostrou um aumento no número de casos humanos e na distribuição geográfica dos mesmos no estado. Isto pode refletir uma maior sensibilidade das equipes municipais de vigilância epidemiológica para a notificação, em função da resolução estadual em 2013. Ao todo, foram notificados 9.395 casos suspeitos no período, dos quais 7.578 foram confirmados (80,7%), com mediana de 713 casos ao ano. A maioria dos casos (≈ 60%) ocorreu em pacientes do sexo feminino e em pessoas com idade entre 20 a 49 anos de idade. Os casos humanos de esporotricose, que anteriormente eram referidos preferencialmente para uma unidade de saúde situada na capital no estado, gradativamente passaram a ser atendidos e notificados em outras unidades e municípios do RJ (≈ 70% em 2017). A implantação da vigilância do agravo no RJ possibilitou mais profissionais treinados no diagnóstico e tratamento, melhor conhecimento do perfil epidemiológico da doença e elaboração de estratégias de prevenção.



Palavras-chaves:  ESPOROTRICOSE, VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA, VIGILÂNCIA DE CASOS