AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE INFECÇÃO POR HELMINTOS INTESTINAIS ANTES E APÓS TRATAMENTO EM UM MUNICÍPIO DO NORDESTE PARAENSE, REGIÃO AMAZÔNICA
TATYELLEN NATASHA DA COSTA OLIVEIRA 1, JOYCE FAVACHO CARDOSO NOGUEIRA1, SERGEI RODRIGO MAGALHÃES DE SOUSA1, ALVARO LUAN SANTANA FONSECA1, ISABELLE HELENA LIMA DIAS1, MARTIN JOHANNES ENK1
1. IEC - Instituto Evandro Chagas
tatyellenoliveira@iec.gov.br

Introdução : As helmintíases intestinais destacam-se como as parasitoses mais prevalente em todo o mundo, com mais de 1 bilhão de indivíduos parasitados e 5 bilhões expostos ao risco de infecção. No Brasil, Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura são os mais prevalentes. Apesar da ampla distribuição geográfica e elevada morbidade, a literatura atual não contempla dados de reinfecção e casos novos após tratamento no Brasil. Objetivo : Avaliar as ações de controle de helmintos intestinais em duas comunidades rurais do município de Primavera, estado do Pará. Desenho do estudo : Estudo de campo, longitudinal, descritivo e analítico. Métodos : Participaram da pesquisa 354 indivíduos. Um total de três amostras fecais foi coletado em dois momentos: antes e um ano após o tratamento. Utilizou-se a técnica de Kato-Katz para análise. Doze lâminas da primeira amostra, duas da segunda e duas da terceira amostra foram confeccionadas. As taxas de positividade e reinfecção foram calculadas; o teste estatístico McNemar foi aplicado. Todos os casos positivos foram tratados conforme protocolo do Ministério da Saúde do Brasil. Resultados : Antes do tratamento as taxas de positividade foram 5,3% (19/354) para A. lumbricoides , 2,5% (9/354) para T. trichiura , 42,1% (149/354) para Ancilostomídeos e 3,1% (11/354) para Enterobius vermicularis . Um total de 20 (5,6%) indivíduos apresentou infecção com mais de um parasita. Após o tratamento, as taxas de positividade foram 1,7% (6/354), 0,5% (2/354), 33,3% (118/354) e 1,7% (6/354), respectivamente. Todas as reduções das taxas apresentaram significância estatística (<0,0001, McNemar). Quanto às taxas de reinfecção, foram 15,8% (3/19), 11,1% (1/9), 59% (88/149) e 18,2% (2/11) respectivamente. Discussão : Observou-se a redução do número de infectados após o tratamento, entretanto, destaca-se a elevada positividade de infecção por Ancilostomídeos, mesmo após o tratamento, revelando uma alta pressão de transmissão. Essas infecções, favorecidas pelas condições ambientais e falta de saneamento, podem resultar em efeitos crônicos sobre a saúde e o estado nutricional do hospedeiro, com elevada morbidade especialmente entre crianças e indivíduos imunocomprometidos. Conclusão : Apesar da redução das taxas de prevalência das helmintíases intestinais, os dados indicam que tratamento anual não é suficiente para controle eficaz. Ademais, foi mostrado que a realização de inquéritos epidemiológicos é importante para avaliar programas de controle.



Palavras-chaves:  Avaliação de Programas e Projetos de Saú, Enteropatias Parasitárias, Helmintíase, Pará