DESCARTE DE BOLSAS DE SANGUE E A PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM DOADORES DA FUNDAÇÃO HEMOPE
RUBENS PEDRO LORENA SILVA 1, LUCINEIDE BARBOSA LIMA1, LISLEY MARLETE DE QUEIROZ GOMES NETO1, JOSÉ DE CASTRO SOUZA NETO JÚNIOR1, ANTONIO JOSÉ ALVES1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
rubenslorena@hotmail.com

A Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) é uma organização de caráter científico, educacional e assistencial. Em geral, os hemocentros são responsáveis por coletar, processar, armazenar e distribuir o sangue e seus derivados. Apesar da evolução envolvendo a hemo­terapia, a porcentagem de descarte de bolsas ainda é considerada relativamente alta no Brasil. O percentual de descarte de bolsas de sangue é um parâmetro relevante para monitorar a positividade de cada teste realizado na rotina, é um dado importante para avaliação da qualidade da saúde de uma população de doadores. O presente estudo teve como objetivo verificar os descartes de bolsas de sangue no Hemope e a prevalência de doenças entre os doadores. Foi realizado um estudo retrospectivo, exploratório e descritivo transversal com abordagem quanti-qualitativa desenvolvido na fundação Hemope, no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2013. Foi utilizado o Sistema Nacional de Informação da Produção Hemoterápica (Hemoprod). Foram consideradas informações contidas na triagem, coleta e exames realizados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE, CAAE n o . 37408514.0.0000.5208. Foram analisados dados de 625.206 pacientes, sendo 75% do sexo masculino. Do total, 24,8% foram considerados inaptos na triagem clínica, sendo a maior causa para inaptidão a anemia em média de 1,43% em homens e 7,55% mulheres e a hipertensão em homens numa taxa média de 2,68% e na mulher em média 0,62%. Das 469.563 bolsas coletadas, 5,61% foram descartadas por sorologia positiva, sendo a que mais prevaleceu foi a sífilis com média de 2,46% de descartes.  Pode-se destacar a diminuição da sorologia positiva para sífilis, 3% em 2010 para 2,0% em 2013. Foi observada uma prevalência elevada de inaptidão para doação, sobretudo em doadores do gênero feminino onde a anemia foi o principal fator responsável e no sexo masculino foi a hipertensão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomenda que a taxa de inaptidão sorológica seja inferior a 8,3%, e, no Brasil, essa taxa varia de 10 a 20%, esse índice é mais alto do que nos países desenvolvidos.   Os resultados demonstraram uma elevada taxa de inaptidão para doação de sangue, porém, ocorreu uma diminuição das taxas de descarte de bolsas de sangue durantes os anos seguintes, muito provavelmente, devido às campanhas dos centros de hemoterapia para aumentar a quantidade de doadores de repetição.



Palavras-chaves:  Anemia, Hemope, Sífilis