POLIMORFISMOS +191 E +292 DO GENE LGALS3 NA DOENÇA CRÔNICA DO FÍGADO CAUSADA PELO VÍRUS DA HEPATITE C (HCV)
MARINA RAPOSO GUEIROS2, TACIANA FURTADO DE MENDONÇA BELMONT2, KLEYTON PALMEIRA DO Ó2, MATHEUS MELO HIRSCHLE2, BRUNA ASSIS TENÓRIO PINTO2, LEILA MARIA MOREIRA BELTRAO PEREIRA2, MARIA DO SOCORRO DE MENDONÇA CAVALCANTI2, LUYDSON RICHARDSON SILVA VASCONCELOS2, RAUL EMIDIO DE LIMA2, PATRÍCIA MUNIZ MENDES FREIRE DE MOURA2
1. ICB/UPE - Instituto de Ciências Biológicas , 2. FCM/UPE - Faculdade de Ciências Médicas, 3. CPQAM/FIOCRUZ - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães , 4. IFP - Instituto do Fígado de Pernambuco
marinaraposogueiros@gmail.com

A infecção pelo vírus da hepatite C é uma das principais causas de doença hepática crônica, afetando cerca de 3% da população mundial. Aproximadamente 80% dos indivíduos infectados desenvolvem hepatite crônica, destes cerca de 20 a 30% podem evoluir para cirrose em torno de 20 a 30 anos, e cerca de 1 a 4% desenvolverão hepatocarcinoma (HCC). A galectina-3 (gal-3) é uma proteína multifuncional envolvida em diversos processos biológicos, tais como, adesão, diferenciação e proliferação celular, apoptose, e regulação da inflamação, eventos estes presentes no desenvolvimento da fibrose hepática e surgimento do HCC em pacientes acometidos pelo HCV e é justamente o gene LGALS3 que codificada essa proteína. O objetivo do estudo foi verificar a associação entre os polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) das regiões +191 e +292 do gene LGALS3 em pacientes portadores de HCV em diferentes estágios de fibrose e HCC. Trata-se de um estudo transversal com grupos de comparação. Coletaram-se semanalmente amostras de sangue de pacientes para extração de DNA. A análise dos polimorfismos do gene LGALS3 foi realizada por PCR em tempo real. Consideraram-se três grupos de estudo: I- Pacientes com grau de Fibrose 0-1-2; II- Pacientes com grau de Fibrose 3-4; e III- Pacientes com HCC. Avaliaram-se as associações pelo teste Qui-Quadrado (significância de p<0,05). Em relação aos polimorfismos do gene LGALS3 , foram genotipados 220 pacientes para região +191, sendo 16 (7%) AA, 85 (39%) CA e 119 (54%) CC, porém não foi observada associação entre as frequências alélicas e genotípicas do polimorfismo LGALS3 da região +191 com fibrose hepática e HCC em pacientes com HCV. Na região +292 foram genotipados 194 pacientes, sendo 42 (22%) CC, 107 (55%) AC e 45 (23%) AA, na qual foi observada associação do grupo F0-F2 leve vs HCC. O estudo do polimorfismo na região +292 no gene LGALS3 demonstrou que a frequência mais elevada do genótipo AC ( p =0,0226; OR=4,312; IC=1,177-15,79) está associada a suscetibilidade ao desenvolvimento de HCC quando comparado aos demais grupos. Dessa maneira, os polimorfismos em genes que codificam proteínas envolvidos em processos biológicos comuns na fibrose hepática, poderiam ser utilizados como biomarcadores identificando precocemente o avanço da fibrose ou desenvolvimento do HCC, por exemplo. Auxiliando os profissionais no melhor manejo clínico desses pacientes e, consequentemente, evitando possíveis complicações decorrentes desses processos.



Palavras-chaves:  Galectina-3, Hepatocarcinoma, Hepatite C, LGALS3, Polimorfismo