CHIKUNGUNYA E CO-MORBIDADES EM ÓBITOS DE RESIDENTES DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PARAÍBA, NO ANO DE 2016.
DANIEL DE ARAÚJO BATISTA 1, FLÁVIA SÍLVIA CASTELO BRANCO LEITE1, DANIELLE CARMEN PORTO LUCENA1, ANA LARISSA LIBÓRIO1, RENATA PEREIRA COSTA LIMA1, YARA LÚCIA DE PAULA CAVALCANTI1, RENATA RABELO PEREIRA1, MARTHA HELENA CÉSAR1, ALECSANDRA BEZERRA MONTEIRO OLIVEIRA1
1. VIEP/SMSJP - Vigilância Epidemiológica de João Pessoa
dabinstitucional@gmail.com

A infecção pelo Chikungunya vírus é importante agravo de interesse em saúde pública no grupo das arboviroses e apresenta muitas semelhanças com a Dengue e desde a sua introdução no território brasileiro, principalmente na região Nordeste no ano de 2015, trouxe importantes mudanças nos padrões clínicos de morbi-mortalidade por arbovírus. Este estudo teve por objetivo, descrever os padrões dos óbitos por Chikungunya de residentes no município de João Pessoa-Paraíba, ocorridos no ano de 2016. Trata-se de um estudo descritivo, a partir de uma série de casos. Utilizou-se da ficha de investigação de óbitos para conhecimento das condições clínicas que contribuíram para o desfecho do óbito e da ficha de notificação compulsória de arboviroses adaptada para o município de João Pessoa. Após identificação dos óbitos suspeitos, foi realizada a investigação epidemiológica dos óbitos (domiciliar, ambulatorial e hospitalar). Em 2016, ocorreu a primeira notificação autóctone de Chikungunya no município de João Pessoa, que experimentou uma incidência de 421,59 casos/100.000 habitantes, com 16 óbitos pelo agravo (letalidade de 0,47%). Os óbitos ocorreram em indivíduos com idade máxima e mediana de 92 e 74 anos, respectivamente e idade mínima de 10 meses. O grupo que concentrou o maior número de casos foram o de pessoas com idade superior a 80 anos (n=8; 50%). Quanto à variável sexo, foram 5 óbitos (31,25%) do sexo masculino e 11 (68,75%) do sexo feminino. A mediana entre início dos sintomas e data do óbito foi de 20 dias, com mínimo de 7 e máximo de 54 dias. A investigação epidemiológica dos casos mostrou que os indivíduos possuíam pelo menos uma co-morbidade, totalizando 19 menções. Hipertensão Arterial (n=8; 42,11%), Diabetes Mellitus (n=4; 21,05%), Cardiopatias (n=3; 15,79%), Arterosclerose (n=1; 5,26%), Doença Renal Crônica (n=1; 5,26%), DPOC (n=1; 5,26%) e Aids (n=1; 5,26%). Destaca-se que, o desenvolvimento da clínica provocada pelo vírus do Chikungunya tem caráter crônico em expressiva parte da população, que indivíduos que foram a óbito possuíam co-morbidades à infecção pelo Chikungunya e elevada faixa etária (maior que 80 anos). Dessa forma, assim como outros estudos e a partir dos achados nesse grupo de casos com clínica que favorecem o agravamento de infecções virais, recomenda-se induzir rigorosamente os protocolos de manejo clínico adequados nos serviços de saúde, principalmente junto a indivíduos que possuem estas condições clínicas apresentadas.



Palavras-chaves:  Chikungunya, Óbito, Infecções por Arbovirus