PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA MÃO PÉ E BOCA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
DANIEL DE ARAÚJO BATISTA 2,1, BRISA RICARDO XAVIER SILVA2,1, MARIA LUIZA DE FRANÇA MORAIS2,1, DANIELLE CARMEN PORTO LUCENA2,1, VERONICA MARIA SOARES ALBUQUERQUE2,1
1. FCM - Faculdade de Ciências Médicas, 2. VIEP/SMSJP - Vigilância Epidemiológica de João Pessoa
dabinstitucional@gmail.com

A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB) é um agravo causado pelo grupo dos enterovírus, sendo o Coxsackie A-16, o vírus mais comum na ocorrência de casos e acomete com frequência crianças menores de 10 anos. A sua forma de transmissão decorre do contato com fezes, secreções orais, nasais e lesões ulcerativas, de indivíduos infectados. Com o objetivo de analisar o padrão clínico-epidemiológico e geográfico da DMPB no município de João Pessoa, foi elaborado um estudo de corte transversal dos casos notificados de DMPB no ano de 2018. Apesar de não ser um agravo de notificação compulsória nacional, a Vigilância Epidemiológica de João Pessoa entendeu que a DMPB caracteriza-se como Problema de Saúde Pública, por apresentar elementos de magnitude, transcendência e vulnerabilidade. Dessa forma, foi instituído um fluxo de notificação compulsória com as variáveis mais relevantes para compreender clínica e comportamento do agravo no território. As notificações foram consolidadas em formulário eletrônico e analisadas através do Epi Info 7.2 e QGIS 3.0.3. Os primeiros casos de DMPB foram notificados na 5ª semana epidemiológica (SE) de 2018. Entre a 5ª e 22ª SE foram notificados 715 casos (570 residentes de João Pessoa e 145 de outros municípios). A faixa etária com maior número de casos foi de 1 a 5 anos (n=546;76%) e crianças do sexo masculino (n=430;60%). Os sinais mais frequentes foram lesões na região da boca (n=585/82%), mão (n=564/79%), pé (n=525/74%), Tórax (n=213/30%) e Membros inferiores (n=182/25%). Febre (n=448;63%) esteve presente como o principal sintoma. As notificações concentraram-se entre a 6ª e 12ª SE, com um total de 534 casos (75%). Os bairros com maior número de casos notificados foram aqueles pertencentes ao Distrito Sanitário I (DS I) (n=219; 38%). Os dados de idade e sintomas corroboram com pesquisas pré-existentes. No entanto, a variável de sexo não relaciona-se aos modos da transmissão da doença, fato pode atribui-se ao maior quantitativo de meninos matriculados em creches. Por conseguinte, a literatura evidencia que ambientes com maior aglomerado de crianças (creche e escola) favorecem a transmissão do vírus. Fato pode ser um indício do DS I ter mais casos notificados, à medida que possui a maior rede. Portanto, este estudo proporciona a compreensão os fatores condicionantes da SMPB e relaciona-lo à dinâmica territorial, possibilitando orientar a população aos cuidados com a saúde evitando novos casos.



Palavras-chaves:  Doença de Mão, Pé e Boca, Enterovírus, Monitoramento Epidemiológico