Prevalência da infecção oral por Papilomavirus Humano em usuários de drogas ilícitas no município paraense de Bragança, norte do Brasil.
MAYARA SABRINA DE AMORIM RODRIGUES1, JOSEANE RODRIGUES DA SILVA1, WELLISON BRUNO NASCIMENTO BRITO1, BRENDA LUENA ASSIS LISBOA1, NAÍRIS COSTA RAIOL1, FRANCISCO JUNIOR ALVES DOS SANTOS1, FABRÍCIO QUARESMA SILVA1, ANDERSON DIEGO COSTA AGRASSAR1, BENEDIKT FISCHER1, ALDEMIR BRANCO DE OLIVEIRA FILHO1, CAMILA CARLA DA SILVA COSTA1
1. UFPA - Universidade Federal do Pará, 2. IECOS - Instituto de Estudos Costeiros, Universidade Federal do Pará, 3. NMT - Núcleo de Medicina Tropical, 4. CAMH - Centre for Addiction and Mental Health, University of Toronto, Toronto, ON, Canada, 5. HSAMZ - Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança - Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria
joseanefarmaceutica@hotmail.com

Introdução.Anualmente, o câncer de cabeça e pescoço afeta aproximadamente 750.000 novos pacientes no mundo. O tipo mais comum é o carcinoma de células escamosas da cabeça e do pescoço (CCECP), frequentemente letal, que se desenvolve nos revestimentos epiteliais da cavidade oral, faringe e laringe. Em países desenvolvidos, o papel etiológico da infecção pelo papilomavirus humano (HPV) tem se destacado em CCECP. No Brasil, estudos epidemiológicos sobre infecção pelo HPV em usuários de drogas ilícitas ainda são escassos. Porém, casos de infecção pelo HPV em indivíduos sem lesões clinicamente diagnosticáveis já foram relatados no norte do Brasil. Objetivos. Determinar a prevalência de infecção e os genótipos circulantes do HPV em UD no município paraense de Bragança, norte do Brasil. Métodos. Um estudo transversal realizado no município de Bragança (PA) abordou 131 UD por meio da técnica bola de neve. Todos os UD forneceram amostras biológicas e informações epidemiológicas no período de agosto de 2016 a dezembro de 2017. O diagnóstico da infecção e a genotipagem do HPV foram feitas por PCR em tempo real. Todos os UD infectados foram encaminhados para atendimento na rede pública de saúde. Resultados. A maioria dos UD pertencia ao sexo masculino, relatou ser solteiro, informou ser heterossexual, se declarou pardo, possuía ensino fundamental incompleto e relatou ter obtido recurso financeiro nos últimos 12 meses por meio de trabalho informal. A maconha, a pasta de cocaína e o oxi/crack foram identificados como as drogas ilícitas mais consumidas. Em 131 UD, 38 (29,0%) apresentavam infecção oral pelo HPV. A maioria dos infectados pelo HPV não apresentava lesões. Porém, 9 UD apresentavam pequenas lesões nos lábios, na língua e no palato. Os genótipos 6, 11, 16, 18, 33 e 58 foram detectados. Dois casos de co-infecção pelos genótipos 6/33 e 16/18 foram identificados. Conclusão. Este estudo identificou uma elevada prevalência de infecção pelo HPV em UD no município paraense de Bragança, sendo detectados genótipos de alto (16, 18, 33 e 58) e baixo (6 e 11) risco de câncer, indicando a necessidade de estratégias de controle e de prevenção dessa infecção viral entre UD e, possivelmente, na população em geral.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, HPV, Usuários de drogas