Prevalência de infecções e distribuição de genótipos do vírus da hepatite B em usuários de drogas ilícitas no Amapá, norte do Brasil.
JULIANA NADIA FIGUEIREDO PIAUIENSE1,4, JOSEANE RODRIGUES DA SILVA1,4, CAMILA CARLA DA SILVA COSTA1,4, ANA CAROLINE COSTA CORDEIRO1,4, MAYARA SABRINA DE AMORIN RODRIGUES1,4, PAULA CRISTINA RODRIGUES FRADE1,4, JERUZA FERRAZ FILGUEIRAS DI MICELI1,4, YASMIN MARIA NUNES CARDOSO1,4, RAFAEL LIMA RESQUE1,4, AMANDA ALVES FECURY1,4, LUISA CARICIO MARTINS1,4, BENEDIKT FISCHER1,4, ALDEMIR BRANCO DE OLIVEIRA FILHO1,4
1. UFPA - Universidade Federal do Pará, 2. UFPA - Universidade Federal do Pará- Campus Bragança, 3. UNIFAP - Universidade Federal do Amapá, 4. NMT - Núcleo de Medicina Tropical
joseanefarmaceutica@hotmail.com

Introdução. A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é um importante problema de saúde pública. Estima-se a existência de 350 milhões de portadores de HBV em todo o mundo, dos quais cerca de um milhão morrem anualmente de doenças hepáticas associadas ao HBV. Diversas formas de contato humano têm sido associadas à transmissão viral, como: mãe-filho, sexual, transfusão de sangue, compartilhamento de equipamento para uso de drogas e acidentes em atividades ocupacionais relacionadas à saúde. No cenário epidemiológico, os usuários de drogas ilícitas (UD) se destacam por apresentar elevado risco de infecção pelo HBV em decorrência a diversos comportamentos que facilitam sua transmissão. Objetivos. Este estudo determinou a prevalência de infecções pelo HBV em UD no estado do Amapá, assim como identificou os genótipos desse vírus que circulam nesse grupo de vulneráveis. Métodos. Este estudo transversal coletou amostras e informações epidemiológicas de 308 UD em áreas de consumo e tráfico de drogas ilícitas em nove municípios do Amapá (Calçoene, Laranjal do Jari, Macapá, Mazagão, Oiapoque, Santana, Tartarugalzinho, Vitória do Jari e Porto Grande) entre agosto de 2012 a julho de 2017. O diagnóstico da infecção viral foi estabelecido por ensaio imunoenzimático (EIA) e reação em cadeia pela polimerase (PCR) em tempo real, e a genotipagem por PCR em tempo real multiplex. Todos os UD infectados pelo HBV foram encaminhados para atendimento na rede pública de saúde. Resultados. A maioria dos UD pertencia ao sexo masculino, relatou ser solteiro, informou ser heterossexual, possuía reduzida escolaridade e relatou ter obtido recurso financeiro nos últimos 12 meses por meio de trabalho informal. A pasta de cocaína e o oxi/crack foram identificados como as drogas ilícitas mais consumidas. Em 308 UD, 70 (22,7%) foram expostos ao HBV. Sendo que, 7 (2,3%) apresentaram resultados positivos para HBsAg, 43 (14,0%) para anti-HBc + anti-HBs e 20 (6,5%) somente para anti-HBc. Em 12 (3,9%) UD foram detectados HBV-DNA. Os genótipos A (n = 7), D (n = 4) e F (n = 1) foram identificados. Conclusão. Este estudo identificou elevada prevalência de infecções pelo HBV em UD no estado do Amapá, sendo detectados os genótipos A, D e F. Essas informações indicam a necessidade de ações de controle e de prevenção à infecção pelo HBV entre UD e, por consequência, na população em geral do Amapá.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, HBV, Usuários de drogas