DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SEPSE: IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROTOCOLO EM UM HOSPITAL DE ENSINO |
Resumo: Introdução: S epse é definida como uma síndrome de resposta inflamatória ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, com elevada morbidade e mortalidade. A identificação precoce é primordial e um grande desafio para a mudança deste cenário. Objetivos: descrever a implementação de um protocolo para identificação precoce da sepse em ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido em um hospital de ensino, na região Nordeste do Brasil, no período de setembro de 2017 a abril de 2018. Resultados: foram coletados dados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), sepse grave e choque séptico entre os anos de 2015 e 2016, e observou-se retardo no diagnóstico, que por vezes, só era efetuado nos estágios de sepse grave e choque séptico. Destes pacientes, grande parte, evoluiu para óbito. Discussão: O start do protocolo é dado pelo enfermeiro com a identificação precoce de sinais clínicos utilizando um instrumento construído pelos profissionais do serviço. A avaliação é realizada com a aplicação do Sequencial ( sepsis-related ) organ failure assessement (SOFA) , que é uma escala de predição de mortalidade, porém, como o SOFA requer precedentes como exames laboratoriais, aliou-se então a versão simplificada denominada quick sequential organ failure assessment score (qSOFA ou quickSOFA ), na qual são avaliados três parâmetros: estado mental, frequência respiratória e pressão arterial. A presença de alteração em dois desses parâmetros requer o início do pacote de cuidados ou bundle de 3h. A implementação do protocolo institucional, sensibilizou os profissionais do serviço acerca da importância da detecção precoce e prevenção da sepse, por meio das discussões entre as equipes médica e de enfermagem, quanto aos critérios para abertura de protocolo. Conclusão: A implementação do protocolo possibilitou compartilhar conhecimentos e fortaleceu o senso investigativo dos profissionais, especialmente dos enfermeiros. Após a implementação do protocolo observou-se redução nas notificações de choque séptico, comprovando que identificar precocemente a sepse, melhora o prognóstico do paciente e reduz a mortalidade. Os resultados positivos desse piloto foram compartilhados com profissionais e gestores de unidades voltadas a segurança do paciente, com vistas a incentivar a utilização do protocolo e de implementá-lo em todo o hospital. |