DIAGNÓSTICO PRECOCE DA SEPSE: IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROTOCOLO EM UM HOSPITAL DE ENSINO
MICHELINE VERAS DE MOURA 1, ROSEMARY ÁLVARES DE MEDEIROS1, JULIANA RAQUEL DUARTE DA SILVA CAMILO1, DANIELE VIEIRA DANTAS1, ANA ELZA OLIVEIRA DE MENDONÇA.1
1. HUOL - Hospital Universitário Onofre Lopes, 2. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
michelineverasenf@yahoo.com

Resumo:

Introdução: S epse é definida como uma síndrome de resposta inflamatória ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, com elevada morbidade e mortalidade. A identificação precoce é primordial e um grande desafio para a mudança deste cenário. Objetivos: descrever a implementação de um protocolo para identificação precoce da sepse em ambiente hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, desenvolvido em um hospital de ensino, na região Nordeste do Brasil, no período de setembro de 2017 a abril de 2018. Resultados: foram coletados dados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), sepse grave e choque séptico entre os anos de 2015 e 2016, e observou-se retardo no diagnóstico, que por vezes, só era efetuado nos estágios de sepse grave e choque séptico. Destes pacientes, grande parte, evoluiu para óbito. Discussão: O start do protocolo é dado pelo enfermeiro com a identificação precoce de sinais clínicos utilizando um instrumento construído pelos profissionais do serviço. A avaliação é realizada com a aplicação do Sequencial ( sepsis-related ) organ failure assessement (SOFA) , que é uma escala de predição de mortalidade, porém, como o SOFA requer precedentes como exames laboratoriais, aliou-se então a versão simplificada denominada quick sequential organ failure assessment score (qSOFA ou quickSOFA ), na qual são avaliados três parâmetros: estado mental, frequência respiratória e pressão arterial. A presença de alteração em dois desses parâmetros requer o início do pacote de cuidados ou bundle de 3h. A implementação do protocolo institucional, sensibilizou os profissionais do serviço acerca da importância da detecção precoce e prevenção da sepse, por meio das discussões entre as equipes médica e de enfermagem, quanto aos critérios para abertura de protocolo. Conclusão: A implementação do protocolo possibilitou compartilhar conhecimentos e fortaleceu o senso investigativo dos profissionais, especialmente dos enfermeiros. Após a implementação do protocolo observou-se redução nas notificações de choque séptico, comprovando que identificar precocemente a sepse, melhora o prognóstico do paciente e reduz a mortalidade. Os resultados positivos desse piloto foram compartilhados com profissionais e gestores de unidades voltadas a segurança do paciente, com vistas a incentivar a utilização do protocolo e de implementá-lo em todo o hospital.



Palavras-chaves:  choque séptico, enfermagem, sepse, segurança do paciente