USO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL NA SÍNDROME DE GUILLIAN-BARRÉ EM UM PACIENTE QUE CONVIVE COM O VÍRUS HIV EM USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA: UM RELATO DE CASO
DULCILENE SANTOS DE SOUZA1,2, RAÍSSA SOARES FREIRE 1,2, VIVIANE LAGO DE OLIVEIRA SILVA1,2, SUZY CRISTINA FRANÇA RODRIGUES1,2
1. UNINILTONLINS - Universidade Nilton Lins, 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical - Doutor Heitor Vieira Dourado
raissa_rce@hotmail.com

A síndrome de guillain barré (SGB) foi descrita como uma paralisia ascendente arreflexica seguida de recuperação. A SGB é uma doença de caráter autoimune que gera a degeneração da bainha de mielina, sendo provocada por resposta inadequada do organismo a um processo infeccioso. N os indivíduos convivendo com o HIV, a SGB ocorre através de dois mecanismos desencadeadores, na infecção viral primária logo após a exposição ao vírus ou no início da terapia antirretroviral. Este estudo visou demonstrar a efetividade da estimulação elétrica funcional (FES) associado ao treino respiratório por ajuste de sensibilidade em um desmame ventilatório difícil na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Trata-se de um relato de caso de um paciente do sexo masculino, 23 anos, admitido em uma UTI de um Hospital de Infectologia em junho de 2017, na cidade de Manaus – AM. O paciente teve o diagnóstico de infecção pelo HIV após internação com sintomas de SGB. A terapêutica deste estudo foi introduzida após 42 dias de internação na UTI, posterior ao tratamento com plasmaférese e imunoglobulina humana, o paciente ainda se encontrava em ventilação mecânica através de cânula de traqueostomia em modo controlado à pressão. Os atendimentos fisioterapêuticos foram realizados de segunda a sexta em dois turnos e nos sábados e domingos durante a manhã, sendo o FES realizado uma vez ao dia com os parâmetros de frequência de pulso de 40Hz; largura de pulso de 350 microsegundos; tempo de subida, contração e descida de 1s; e tempo de relaxamento de 3s durante 50 minutos e associado ao treino respiratório realizado no modo de Ventilação por Pressão de Suporte (PSV) com ajuste da sensibilidade. Como instrumento de medida utilizou-se a escala de Borg. Após sete sessões, a associação do FES ao treino respiratório foi responsável por uma maior tolerância do paciente à fadiga, onde o grau de esforço do paciente a partir do 15° minuto diminuiu de 8 para 5 de acordo com escala de Borg, e por uma maior ativação diafragmática a partir do ajuste da sensibilidade à fluxo de 1 para 3. Conclui-se que o programa de reabilitação na UTI trouxe ganhos satisfatórios em relação à tolerância do paciente ao modo PSV, possibilitando que após o treinamento ele permanecesse durante oito horas no modo espontâneo. Além disto, o estudo demonstrou que a fisioterapia é de suma importância no tratamento hospitalar, onde o programa de reabilitação dentro da UTI é fundamental para o desmame ventilatório de pacientes críticos.



Palavras-chaves:  Cuidados Críticos, HIV, Serviço Hospitalar de Fisioterapia, Síndrome de Guillain-Barré, Terapia por Estimulação Elétrica