ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES COM COINFECÇÃO HIV/TB EM SERVIÇO DE SAÚDE DO MARANHÃO |
A coinfecção HIV/TB influencia significativamente na morbi-mortalidade dos pacientes. A tuberculose é a segunda principal causa de morte por doenças infecciosas no mundo e a principal causa entre pessoas que vivem com HIV. Conhecer os fatores associados a essa coinfecção viabiliza adoção de medidas estratégicas no cuidado desses pacientes. Objetivou-se analisar os aspectos clínico-epidemiológicos dos pacientes com coinfecção HIV/TB em um hospital de referência. É um estudo descritivo, de corte transversal, realizado no Hospital Presidente Vargas em São Luís, Maranhão no ano de 2017. A coleta de dados ocorreu em período consecutivo de três meses, de janeiro a março de 2018. A população foi composta por 73 pacientes acompanhados em ambulatório, com os critérios de inclusão: idade igual ou superior a 18 anos, coinfectados por TB e HIV e com prontuários completos. Somente 35,94% dos pacientes eram naturais de São Luís, a capital do Estado; a média de idade foi de 36,2 anos, com prevalência do sexo masculino igual a 81,25%. 75% eram solteiros, 7.81%, analfabetos e 53.13% iniciaram o Ensino Fundamental. 13 pacientes tinham comorbidades, 4 eram etilistas, 4, tabagistas e 7, usuários de drogas ilícitas; 2 viviam em situação de rua e 8 desempregados. 89,06% tiveram diagnóstico de TB em 2017, dos quais 90,63% começaram com o esquema padrão. 18,75% dos pacientes apresentaram efeitos colaterais com o tratamento para a TB. 54,69% dos coinfectados descobriram o diagnóstico de HIV em 2017 ao buscar assistência à TB. A população de estudo é caracterizada por adultos, com predomínio do sexo masculino e de baixa escolaridade , sendo comuns o etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas . Retrata uma faixa etária economicamente ativa. A baixa escolaridade reflete em menores possibilidades profissionais, propiciando condições desfavoráveis de vida e maior vulnerabilidade para TB e HIV. O uso de álcool e drogas é comum entre indivíduos portadores de HIV, tornando- os mais suscetíveis a outras infecções . Cerca de metade dos pacientes souberam que tinham HIV ao descobrirem a tuberculose, o que aumenta a mortalidade pela coinfecção . E pigastralgia, icterícia e alterações de pele foram efeitos adversos mais frequentes. Essa análise é importante para o planejamento de ações voltadas para o controle da tuberculose nos pacientes com infecção por HIV/AIDS no Estado. |