Evolução e perfil dos pacientes atendidos por doença de chagas transmitida por via oral no brasil na última década?
CAMYLLA SANTOS DE SOUZA3, AMANDA SANTOS RODRIGUES3, AILTON JOSÉ DE SOUZA JUNIOR 3, CAUÊ AUGUSTO SAUER 3, PHELIPPE RAMOS ACCIOLY3, YNGRID SOUZA LUZ3, JOÃO DAVID DE SOUZA NETO3
1. UPE - Universidade de Pernambuco, 2. UNICHRISTUS - Centro Universitário Christus, 3. UFC - Universidade Federal do Ceará, 4. UNISA - Universidade de Santo Amaro, 5. ITPAC/FAPAC - Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos, - , 6. HM - Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
ailton-junior-bs@hotmail.com

Introdução: A doença de Chagas está entre as dezessete doenças tropicais negligenciadas, sendo considerada a mais importante infecção parasitária pelo Banco Mundial. Assim, a transmissão oral vem apresentando altos índices entre populações de áreas endêmicas, como o Brasil, com alta frequência, dificuldade de controle, falta de reconhecimento e necessidade de novas estratégias de prevenção. Objetivo : Elucidar as estatísticas acerca da evolução e perfil dos pacientes que foram atendidos por Doença de Chagas no país, com ênfase nos registros de transmissão via oral. Métodos : Estudo transversal, observacional e descritivo, a partir da coleta de dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) – TABNET, no período de 2007 a 2017. Resultados : Na última década, houve 2.345 casos confirmados de Doença de Chagas notificados no Brasil, dos quais 68,7% (1.611) foram por transmissão via oral, em que o Norte notificou 1.584 (98,3%) casos; o Nordeste, 26 (1,6%); e o Sul, apenas 1 (0,1%). No Sudeste e Centro-Oeste, não foram confirmados casos. Dentre todos os pacientes, 126 (7,8%) relataram não ter nenhuma escolaridade. Quanto à raça, a grande maioria foi parda, com 1.268 (78,7%), seguida da branca, com 175 (10,9%); preta, com 46 (2,9%); indígena, com 18 (1,1%); e amarela, com 4 (0,2%); ademais, 100 (6,2%) pacientes tiveram a raça ignorada. Quanto ao sexo, 865 (53,7%) das notificações referem-se ao masculino e 746 (46,3%), ao feminino. De acordo com a faixa etária, 17 (1,1%) registros ocorreram em menores de 1 ano; 205 (12,7%), de 1-9 anos; e 268 (16,6%), de 10-19 anos; sendo que a grande maioria estava na faixa de 20-59 anos, com um total de 927 (57,5%) casos confirmados. A partir dos 60 anos, as taxas começaram a cair, apresentando 180 (11,2%) casos ao todo dos 60-79 anos, e apenas 14 (0,9%) em maiores de 80. Quanto à evolução dos pacientes, 91,9% (1.481) permaneceram vivos, enquanto foram a óbito 23 (1,4%), sendo que houve apenas 1 (0,1%) por outra causa dentre as notificações.106 (6,6%) pacientes tiveram sua evolução ignorada. Conclusão: O Norte mostra-se como região de alta contaminação, por via oral, pelo protozoário da doença de Chagas, principalmente na faixa etária mais produtiva da população. No entanto, predominam desfechos favoráveis, com boa evolução na grande maioria dos casos. Apesar desses resultados, é mandatório adotar medidas que resguardem a população da contaminação, prevenindo novos casos.



Palavras-chaves:  DOENÇA DE CHAGAS, TRANSMISSÃO ORAL, PERFIL EPIDEMIOLÓGICO