Comparação dos índices de esquistossomose por região brasileira de 2008 a 2017: qual o perfil de pacientes com maior incidência?
CAMYLLA SANTOS DE SOUZA3, MAYKON WANDERLEY LEITE ALVES DA SILVA3, AILTON JOSÉ DE SOUZA JUNIOR 3, GABRIELLA ENÉAS PERES RICCA3, NÍCOLAS BRENO GOMES DE LIMA3, LUCAS SANTOS GIRÃO3, JOÃO DAVID DE SOUZA NETO3
1. UPE - Universidade de Pernambuco, 2. UNICHRISTUS - Centro Universitário Christus, 3. UFC - Universidade Federal do Ceará, 4. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 5. HM - Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
ailton-junior-bs@hotmail.com

Introdução: A esquistossomose é desencadeada pelo helminto Schistosoma mansoni , sendo uma doença endêmica no que se refere à saúde pública brasileira, com um número expressivo de formas graves e óbitos. No que diz respeito às condições de risco, pacientes que realizam atividade econômica ligadas ao uso da água – principalmente nas zonas rurais – e que moram em precárias condições de moradia e saneamento básico, são os mais acometidos. Diante disso, o acompanhamento da incidência durante os anos e a pesquisa do perfil de indivíduos mais acometidos tornam-se dados importantes no controle desta afecção no território brasileiro. Objetivo: Avaliar possíveis alterações no perfil epidemiológico da esquistossomose de acordo com cada região brasileira. Método: Estudo quantitativo, analítico e transversal, avaliando o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2017, cujos dados foram obtidos por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Resultados: Constatou-se, nos últimos 10 anos, um total de 2.441 AIH aprovadas no Brasil, tendo incidência maior no Sudeste, com 54% (1.318), e menor no Sul, com 0,86%. A faixa etária mais acometida é de 50 a 54 anos de idade, com 220 AIH registradas, sendo a menos afetada a de menores de 1 ano, com 17 internações. 2014 foi o ano com maior ocorrência, registrando 425 AIH. Quanto ao sexo dos pacientes, 57% (1.398) eram homens e 42%, mulheres (1.043). Em cor/raça, 19% são brancos (471); 5%, negros (130); 38%, pardos (937); 0,73%, amarelos (18); e 0,08%, indígenas; sendo que 36% dos pacientes não possuem essa informação (883). A média de permanência hospitalar brasileira ficou em torno de 8,63 dias, com destaque para a região Centro-Oeste, com a maior média (8,8 dias), e para o Sul, pela menor (7 dias). O valor total de investimentos nos hospitais foi um montante de R$978.910,74, com os maiores gastos ocorridos no Nordeste (R$464.773,89) e no Sudeste (R$464.864,95). 97 óbitos foram registrados no Brasil por esquistossomose, sendo maior no Nordeste, com 63% (62). Não houve registro de óbito no Sul. Conclusão: O Sudeste registrou a maior incidência dos últimos 10 anos, enquanto o Nordeste, o maior número de óbitos. Além disso, ambas tiveram os maiores ônus em cuidados hospitalares. Apesar de ter sido observado um perfil caracterizado por idade mais avançada, sexo masculino e etnia parda, mais estudos precisam ser estimulados a fim de auxiliar medidas de saúde pública para as populações inseridas dentro desses contextos.



Palavras-chaves:  ESQUISTOSSOMOSE, Perfil Epidemiológico, INCIDÊNCIA