DESAFIOS NA VIGILÂNCIA E CONTROLE DA ESPOROTRICOSE: VIVÊNCIAS NA I REGIÃO DE SAÚDE.
DAIANNY DE PAULA SANTOS 1, NÍVIA CARLA DE LIMA1, ANDRÉA FLÁVIA LUCKWÜ SANTANA GOLÇALVES1, VIVIANE MARIA RIBEIRO PINA1, ÂNGELA ROBERTA LESSA DE ANDRADE1
1. SES - PE - I GERES - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - I Gerência Regional de Saúde, 2. RMSC - SESAU - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde do Recife (SESAU)
DAIANNY.PS@HOTMAIL.COM

A esporotricose é uma zoonose emergente, causada pelo fungo Sporotrrix schenckii, de transmissão através da inoculação traumática na pele ou mucosas, ou em contato com animais infectados. Recentemente, observou-se um aumento significativo de casos de esporotricose no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro e Pernambuco, neste último, a doença passou a ser objetode notificação compulsória de interesse estadual paraos casos humanos suspeitos, com a publicação da Portaria SES/PE 279/2015, sendo registradosna ficha de notificação individual do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Este trabalho tem por objetivo descrever os casos de esporotricose nos municípios da I Região de Saúde de Pernambuco e a atuação da Vigilância em Saúde da I Gerência Regional de Saúde (I GERES) no assessoramento aos municípios e os desafios no controle do agravo. Trata-se de um relato de experiência a partir da análise de dados obtidos do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL/LACEN-PE), SINAN e de vivências da Vigilância em Saúde da I GERES. Entre 2016 e 2017 foram notificados145 casos suspeitos de esporotricose no estado, destes 95% eram de municípios da I Região de saúde, sendo Olinda responsável por 34,7% das notificações. Na referida região, no ano de 2017foram coletadas 226 amostras para realização de confirmação laboratorial pelo método do exame direto foram positivos em 57% das amostras (n=129), negativosem 38,9% (n=88) e inconclusivos em 0,8% (n=2). Das amostras analisadas também foi realizada a cultura e em 55,3% dos casos (n= 125) houve resultado positivo.Com o aumento no número de casos e a necessidade sanitária demandada, a Vigilância em Saúde da I GERES vem atuando com ações de promoção de capacitação para diagnóstico eapoio aos municípios na construção dos fluxos para encaminhamentos dos casos notificados, com a missão de promover o diagnóstico in loco , bem como qualificação dos profissionais da rede de saúde através de seminários de atualização a respeito do tema, na elucidação de dúvidas a respeito do fluxo, além de estabelecer articulação entre municípios e a Secretaria Estadual de Saúde. Para o diagnóstico ainda há fragilidades e escassez de documentos técnicos que fundamente as ações da vigilância em saúde. A falta de informação e divulgação da doença configura-se como uma das maiores barreiras ao diagnóstico em tempo oportuno e estratégias de controle adequadas, que incluem além da abordagem do humano doente, medidas voltadas ao animal infectado.



Palavras-chaves:  Esporotricose, Vigilância em Saúde Pública, Perfil de saúde, Regionalização