VIGILÂNCIA DO ÓBITO DAS ARBOVIROSES: UMA ESTRATÉGIA DE REFLEXÃO E INTEGRAÇÃO NO TERRITÓRIO DA I REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO.
DAIANNY DE PAULA SANTOS 1, ANDREA TORRES FERREIRA1, DIANA MARCIA DOS SANTOS FERNANDES1, WANESSA SANTOS DE ANDRADE1, REGIANNE KEYSSI DOS SANTOS DE ARAÚJO1, VIVIANE MARIA RIBEIRO PINA1, ÂNGELA ROBERTA LESSA DE ANDRADE1
1. SES - PE - I GERES - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco - I Gerência Regional de Saúde, 2. RMSC - SESAU - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde do Recife (SESAU)
DAIANNY.PS@HOTMAIL.COM

No atual cenário epidemiológico brasileiro, as doenças causadas por arbovírus, como dengue, febre Chikungunya e Zika Vírus, tem apresentado alta prevalência, sendo observada uma proporção significativa de casos graves e óbitos. Nessa perspectiva, a vigilância do óbito, ferramenta da vigilância em saúde na compreensão dos determinantes e condicionantes de óbitos de causa mal definida, visa investigar óbitos suspeitos por arboviroses na lógica de analisar os fatores associados ao evento e recomendar medidas de prevenção e de qualificação da atenção à saúde. Trata-se de um relato de experiência que tem por objetivo descrever as vivências e os desafios do processo de trabalho da vigilância epidemiológica da I Gerência Regional de Saúde (I GERES) nas investigações dos óbitos suspeitos por arboviroses. A I GERES assessora 19 municípios pernambucanos e a ilha de Fernando de Noronha. Em 2016 foram verificados 283 óbitos, destes, 25,4% foram confirmados e 28,6% descartados. Em 2017, houve uma redução de destes números em relação ao ano anterior, sendo 75 óbitos suspeitos, onde 5,3% foram confirmados e 46,6% descartados. A vigilância do óbito por arboviroses envolve a discussão técnica do caso a partir das investigações epidemiológicas no âmbito domiciliar e hospitalar. Em Pernambuco, os casos são analisados no Comitê de Discussão de Óbitos por Dengue e outras Arboviroses, com o apoio das GERES. Com esta estratégia foi possível aperfeiçoar os instrumentos utilizados pelas vigilâncias municipais, qualificar critérios de análise dos óbitos, entender as fragilidades da rede de saúde e os fatores relativos ao processo de trabalho das equipes de vigilância e atenção. Ao longo desse caminho, alguns entraves foram identificados como a dificuldade dos municípios em percorrer todas as unidades hospitalares onde o paciente foi atendido. Diante disso, a I GERES intensificou o apoio técnico, realizando as investigações hospitalares nas unidades de saúde. A regional também apoia os gestores municipais na realização das investigações domiciliares, monitorando os casos e o processamento dos dados. Apesar dos avanços conquistados, inúmeros são os desafios na consolidação desse trabalho. É necessária maior integração entre vigilância e a atenção básica na coleta dos dados clínico-epidemiológicos, maior aporte de informações de exames clínico para subsidiar a discussão dos casos e, divulgação das informações aos setores envolvidos na tríade vigilância, prevenção e cuidado em saúde.



Palavras-chaves:  Causas de morte, Infecções por arbovírus, Vigilância em saúde pública, Perfil de Saúde, Regionalização