ARBOVIROSES NA I REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA. |
As arboviroses são doenças causadas por arbovírus, incluindo o vírus da Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus. Essas doenças possuem similaridades como a questão de serem transmitidas por meio da picada do mosquito fêmea do gênero Aedes Aegypti e quadro sintomatológico semelhante de caráter febril agudo. De forma geral, as arboviroses são consideradas um desafio para a saúde pública devido à complexidade do controle ambiental do vetor e a crescente incidência e letalidade dos casos registrados no Brasil nos últimos anos. Pernambuco tem apresentado números elevados de casos e mais recentemente o surgimento de outras problemáticas envolvendo os arbovírus, como a Síndrome Congênita do Zika Vírus. Este estudo tem por objetivo descrever e analisar as informações epidemiológicas sobre arboviroses a partir de dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) versão Net e Online, na I Região de Saúde. Em 2017 foram notificados 7086 casos de dengue, com 3088 (43,6%) confirmados. A taxa de incidência por 100.000 habitantes foi baixa (0-100) em 90% municípios observados, sendo verificada a incidência média (100 - 300) e alta (300-303,0) em apenas dois municípios. A maior proporção de casos foi de dengue clássica (99,1%). Segundo o critério de classificação, 83,2% dos casos foram encerrados pelo clínico-epidemiológico, 9,8%ignorados/branco e apenas 7,0% por critério laboratorial. Com relação à chikungunya, foram notificados em 2017, 2229casos, com 1263 (56,7%) confirmados. A taxa de incidência por 100.000 habitantes foi baixa (0-100) em todos os municípios observados. Quanto à classificação, 56,7% dos casos foram confirmados, 43,3% descartados, 1,16% inconclusivos e 24,3% ignorado/branco. As maiores proporções de casos foram confirmadas pelo critério clínico epidemiológico (62,4%), 27,2% ignorado/branco e apenas 13,3% por critério laboratorial. É importante destacar na análise alguns entraves observados como variáveis ignoradas ou em branco presente nas fichas de notificação. Esse fato pode representar uma subnotificação dos casos e limitação na avaliação da realidade apresentada pelos municípios da I Região de Saúde. Assim, é importante o fortalecimento e sensibilização das ações de vigilância em saúde no processo de notificação, inserção e atualização dos dados no SINAN, assim como o monitoramento e propostas de medidas de prevenção e controle. |