INTEGRAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA AMBIENTAL E EPIDEMIOLÓGICA NO CONTROLE DAS LEISHMANIOSES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA I REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO |
As Leishmanioses são antropozoonoses importantes no cenário da saúde pública por razão da sua magnitude e seu complexo de doenças de significância clínica e epidemiológica. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que aproximadamente 350 milhões de indivíduos estejam expostos ao risco de adquirir alguma forma clínica da doença. A vigilância em saúde, especialmente a epidemiológica e ambiental, atuam no enfrentamento das leishmanioses tegumentar americana (LTA) e visceral (LV), a partir de estratégias de prevenção e controle dos reservatórios, assim como apoia o diagnóstico e tratamento oportuno. Em Pernambuco, a I Gerência Regional de Saúde (I GERES) assessora 19 municípios e a Ilha de Fernando de Noronha. É de competência dos municípios a execução das ações de prevenção e controle das leishmanioses, assim como a oferta qualificada de atenção em saúde. A I GERES atua enquanto apoio técnico aos gestores municipais para a realização das atividades pertinente à vigilância e controle das leishmanioses. A partir de um diagnóstico situacional realizado em 2018, envolvendo as vigilâncias dos municípios da I GERES, foi observada a necessidade de capacitar técnicos para ser referência no diagnóstico humano (LTA) e animal (LVC) e pesquisa vetorial para identificação das espécies de flebótomos predominantes. Quanto à organização das vigilâncias também se observou que o déficit de recursos humanos nas equipes de vigilância ambiental, principalmente na estruturação dos centros de vigilância ambiental, sendo um dos aspectos mais referidos pelos municípios. A partir de tais fragilidades, a vigilância da I GERES iniciou um processo de fortalecimento dos municípios para a execução das atividades de controle das leishmanioses. Para tanto, foram realizadas ações de educação permanente direcionada aos profissionais da vigilância, principalmente aos agentes de endemias e técnicos da vigilância ambiental, envolvidos com o agravo, contando com o apoio do Laboratório de Endemias LABEND/LACEN. Nas oficinas foram abordados eixos cruciais para o controle da leishmaniose como notificação, diagnóstico e controle ambiental (borrifação, entomologia). Também foram realizadas reuniões de assessoramento para discussão sobre surtos e casos notificados. Apesar dos desafios, verificou-se uma evolução quantitativa e qualitativa nos trabalhos realizados nos municípios frente aos casos identificados, tornando-os aptos a desenvolverem as ações na prevenção e controle das leishmanioses. |