INTEGRAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA AMBIENTAL E EPIDEMIOLÓGICA NO CONTROLE DAS LEISHMANIOSES: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA I REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
DAIANNY DE PAULA SANTOS 1, VIVIANE MARIA RIBEIRO PINA1, NÍVIA CARLA DE LIMA1, ANDRÉA FLÁVIA LUCKWÜ DE SANTANA GONÇALVES1, ÂNGELA ROBERTA LESSA DE ANDRADE1, REGIANNE KEYSSI DOS SANTOS DE ARAÚJO1
1. I GERES/SES - PE - I Gerência Regional de Saúde. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, 2. RMSC - SESAU - Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde do Recife (SESAU).
DAIANNY.PS@HOTMAIL.COM

As Leishmanioses são antropozoonoses importantes no cenário da saúde pública por razão da sua magnitude e seu complexo de doenças de significância clínica e epidemiológica. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que aproximadamente 350 milhões de indivíduos estejam expostos ao risco de adquirir alguma forma clínica da doença. A vigilância em saúde, especialmente a epidemiológica e ambiental, atuam no enfrentamento das leishmanioses tegumentar americana (LTA) e visceral (LV), a partir de estratégias de prevenção e controle dos reservatórios, assim como apoia o diagnóstico e tratamento oportuno. Em Pernambuco, a I Gerência Regional de Saúde (I GERES) assessora 19 municípios e a Ilha de Fernando de Noronha. É de competência dos municípios a execução das ações de prevenção e controle das leishmanioses, assim como a oferta qualificada de atenção em saúde. A I GERES atua enquanto apoio técnico aos gestores municipais para a realização das atividades pertinente à vigilância e controle das leishmanioses. A partir de um diagnóstico situacional realizado em 2018, envolvendo as vigilâncias dos municípios da I GERES, foi observada a necessidade de capacitar técnicos para ser referência no diagnóstico humano (LTA) e animal (LVC) e pesquisa vetorial para identificação das espécies de flebótomos predominantes. Quanto à organização das vigilâncias também se observou que o déficit de recursos humanos nas equipes de vigilância ambiental, principalmente na estruturação dos centros de vigilância ambiental, sendo um dos aspectos mais referidos pelos municípios. A partir de tais fragilidades, a vigilância da I GERES iniciou um processo de fortalecimento dos municípios para a execução das atividades de controle das leishmanioses. Para tanto, foram realizadas ações de educação permanente direcionada aos profissionais da vigilância, principalmente aos agentes de endemias e técnicos da vigilância ambiental, envolvidos com o agravo, contando com o apoio do Laboratório de Endemias LABEND/LACEN. Nas oficinas foram abordados eixos cruciais para o controle da leishmaniose como notificação, diagnóstico e controle ambiental (borrifação, entomologia). Também foram realizadas reuniões de assessoramento para discussão sobre surtos e casos notificados. Apesar dos desafios, verificou-se uma evolução quantitativa e qualitativa nos trabalhos realizados nos municípios frente aos casos identificados, tornando-os aptos a desenvolverem as ações na prevenção e controle das leishmanioses.



Palavras-chaves:  Estudos de Avaliação como Assunto, Leishmaniose, Vigilância em saúde pública, Colaboração intersetorial, Regionalização